Repórter que apresentou JN é demitida após denunciar assédio

Ellen Ferreira apresentado o Jornal Nacional
Ellen Ferreira afirma que seu desligamento da emissora tem relação direta com as denúncias que fez (Reprodução)

ATUALIZAÇÃO ÀS 13H30 DO DIA 26/7/2020: Esta reportagem foi atualizada para incluir o posicionamento do ex-diretor de jornalismo da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, Edison de Castro.

Por Leo Dias

A jornalista Ellen Ferreira foi chamada às 8h30 desta quinta-feira (23) à sede da Globo em Roraima na expectativa de que voltaria ao trabalho depois de se recuperar da Covid-19, que contraiu no início do mês. Porém, ao chegar lá, foi levada direto à sala de reuniões, onde já estavam prontos os papéis da sua demissão.

A direção alegou reestruturações para justificar o desligamento. Mas, em entrevista à coluna, Ellen, que apresentou o Jornal Nacional em outubro do ano passado, acredita que o motivo seja outro: um diretor de jornalismo acusado por ela e vários outros funcionários dos mais diversos tipos de assédio. “Edison de Castro é um psicopata que já havia passado pelas redações de Goiás, Maranhão e Tocantins. Homofóbico, racista, gordofóbico. Praticava assédio moral e sexual, deixou toda a equipe doente. Uma moça da TV Anhanguera [Goiás] chegou a tentar se matar por causa dele”, afirma Ellen. “Debochava de um repórter que era gay. Chamou o cabelo de uma repórter negra de moita feia”, continua.

Os ataques a ela também eram constantes. A jornalista chegou a desenvolver uma crise de ansiedade este ano por conta da relação que mantinha com o superior. “Ele dizia que eu era repugnante, gorda, que me vestia mal. Me ameaçava de demissão constantemente. A fama dele era de o João de Deus da redação. Havia gente que desejava bater nele”, relata.

Edison de Castro nega

O ex-chefe de jornalismo da afiliada da Globo disse que as acusações são falsas e que sempre trabalhou com ética e retidão. “Eu tenho 30 anos de profissão, sempre pautados por muita retidão, por muita ética. Então, para mim, está sendo muito complicado ter que vivenciar esse linchamento público”, disse Edison em entrevista ao UOL.

Edison de Castro também criticou Ellen, que fez a denúncia, dizendo que ela era uma pessoa difícil. “O que é assédio moral? É cobrar para ser equilibrado, para fazer jornalismo ponderado? Isso não é assédio moral. Assédio sexual nunca. Eu não entro nisso. Eu tenho meninas de lá que me adoram e sabem do respeito que eu sempre tive. Com a Ellen eu mal conversava. Cumprimentava ‘bom dia’, ‘boa tarde’, mas era uma pessoa difícil”, acrescentou ele.

Ele também enviou uma nota, onde afirma que vai buscar reparação judicial sobre as acusações. “Tenho plena convicção de que a verdade vai prevalecer, a mesma que me convence de que esta nota de esclarecimento não receberá de sites irresponsáveis a mesma atenção que recebeu a matéria a meu respeito. Lamentavelmente”, afirmou.

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