Palestino rouba corpo da mãe de hospital para enterrá-la como ela queria

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Jihad Al-Suwaiti roubou o corpo da mãe (à direita) para dar o enterro que ela queria (Reprodução/Redes sociais)

O palestino Jihad Al-Suwaiti, de 32 anos, viralizou nas redes sociais após ficar sentado em uma janela de um hospital na Cisjordânia, em julho, para ver sua mãe, internada com Covid-19. Após a morte de Rasmiye Al-Suwaiti, de 73 anos, ele e os irmãos decidiram roubar o corpo da mãe do hospital, já que foram informados que não poderiam ter acesso a ela. As informações são da NBC News.

Jihad Al Suwaiti escalava o prédio do hospital todos os dias para se sentar do lado de fora de uma janela e verificar se a mãe estava usando a máscara de oxigênio. O ato involuntariamente o catapultou para os holofotes globais, após uma foto dele sentado do lado de fora da janela de sua mãe, que seu irmão postou no Facebook, se tornou viral.

Plano de fuga

A dedicação não parou por aí. Quando a mulher morreu, no dia 17 de julho, Jihad e seus irmãos roubaram o corpo dela depois que a equipe do hospital disse que não poderia entregá-lo à família. Irmãos, sobrinhos e amigos se acomodaram em sete carros diferentes em um plano criado para distrair e confundir os motoristas da ambulância que perseguiam os irmãos durante a fuga. Os condutores da ambulância perderam a noção de qual carro estava carregando o corpo, e os irmãos levaram a mãe de volta para Beit Awwa.

Tarek al Barbarawi, diretor do hospital Alia em Hebron, onde Rasmiye estava sendo tratado, confirmou à NBC News que seu corpo foi roubado porque seus filhos não queriam que o corpo fosse embrulhado em plástico. A tradição muçulmana afirma que os mortos devem ser enterrados o mais rápido possível, com o corpo envolto em um pano branco (mortalha).

Último desejo cumprido

Mas, no início deste ano, novos decretos para lidar com os mortos devido ao novo coronavírus foram estabelecidos para enterros muçulmanos, de acordo com o xeque Muhammad Hussein, Grande Mufti de Jerusalém e Territórios Palestinos. “Esta é uma regra de necessidade e, portanto, o falecido não é lavado, nem coberto e enterrado em um saco plástico”.

“Minha mãe disse: ‘Se eu morrer por causa desta doença, não me enterre em um saco plástico!’, lembra Jihad, a mais nova de seus nove filhos. “Eu a segurei com minhas próprias mãos, cavei sua sepultura e a enterrei do jeito que ela me pediu”, disse o filho que ficou famoso por escalar a janela do hospital para ver a mãe. Até agora, a Jihad não enfrentou nenhuma sanção por infringir a lei e colocar outros em risco.

Edição: Aline Diniz
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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