Próximo prefeito de BH pode enfrentar extremos climáticos

Tereza Cristina alagada
Falta de água em períodos secos também deve ser levada em consideração (Amanda Dias/BHAZ)

As chuvas do início do ano, as piores da história da capital mineira, provocaram um rastro de destruição em Belo Horizonte e deixaram 13 mortos. O novo prefeito terá de planejar ações estruturantes para que episódios como esse não voltem a se repetir na cidade. Ao mesmo tempo, com as mudanças climáticas em curso, existe o risco de seca, o que pode comprometer o abastecimento de água da capital mineira. 

Segundo o professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG, Nilo Nascimento, é necessário que o gestor de BH entenda a questão climática como um todo. “A gente tem por um lado o aumento de inundações e por outro de escassez hídrica”, avalia, em entrevista à Rádio UFMG Educativa.

Nilo destaca que a primeira questão, das inundações, já é uma agenda permanente para o município. “O corpo técnico da Prefeitura adquiriu conhecimento e capacidade de planejamento e ação. Mas ainda há uma série de questões a tratar”, detalha.

O risco de deslizamentos também é uma questão a ser observada em BH. Segundo o professor o problema fica ainda maior porque envolve principalmente a população de baixa renda.

Escassez de água e mudanças climáticas

Mesmo com as fortes chuvas que causam estragos na cidade, a falta de precipitação em alguns períodos apresenta um outro problema para BH: o desabastecimento de água. “Passamos por um período prolongado com pouca chuva e o sistema de abastecimento de água na região metropolitana de BH se mostrou vulnerável a esses períodos”, afirma o professor Nilo.

Além disso, o professor explica que todos esses problemas podem ser intensificados nos próximos anos. Mudanças climáticas devem fazer com que os períodos chuvosos tenham precipitações mais intensas e os períodos mais secos sejam ainda mais prolongados.

Soluções?

Segundo o professor, o primeiro passo para que um prefeito possa trabalhar a questão da água em BH deve ser o conhecimento integrado do sistema. “Não se deve tratar a questão só sob o aspecto das inundações e dos deslizamentos, mas sim ter um conhecimento ambiental mais amplo”, afirmou.

Nilo exemplifica o aumento de “tetos verdes” em edificações, a implantação de parque lineares próximos aos cursos d’água e o aumento significativo da cobertura vegetal. De forma geral, o professor sugere a melhoria do escoamento e impermeabilização da terra.

Com UFMG

Edição: Roberth Costa
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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