Mesmo após o fim de semana, a taxa de transmissão por infectado (RT) da Covid-19 em Belo Horizonte caiu de 1,08 para 1,03, da sexta-feira (27) para esta segunda (30). Ainda assim, as taxas de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de enfermaria destinados ao tratamento da doença na capital mineira subiram nos últimos três dias.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) hoje, a cidade tem 54.413 casos confirmados de Covid-19 e 1.650 mortos. O número de recuperados chegou a 50.200 e o de pacientes em acompanhamento é de 2.563.
Até a sexta-feira, o número de casos era 53.625, mas a PBH esclareceu que o número estava desatualizado devido a problemas na base de dados do Sivep-Gripe, sistema do Ministério da Saúde. De sexta para hoje, a ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 subiu de 39,4% para 40,8%. Já a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria foi de 37,2% para 41%. Os dois índices mantêm o monitoramento no nível verde.
Rede particular sob pressão
Hospitais particulares têm sentido sobrecarga de atendimento e, nos casos mais graves, até suspenderam o atendimento de pacientes com Covid-19. O hospital Madre Teresa, na Zona Oeste de BH, manteve a suspensão até esta segunda-feira após ultrapassar a “margem de segurança institucional” (relembre aqui).
Na última quarta-feira (25), secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, alertou para um aumento na ocupação dos leitos da rede particular da capital, e sinalizou que a pressão é reflexo de um relaxamento com as medidas de prevenção contra a doença (leia mais aqui).
“Isso é a primeira vez que acontece. É um indicador claro que as pessoas mais acometidas são das classes que estavam mais resguardadas no início da pandemia, classes mais favorecidas socioeconomicamente. Agora chutaram o pau da barraca e estão saindo para festas. As classes A e B estão mais acometidas hoje. Estão acontecendo festas clandestinas em prédios e pessoas alugando sítios. Estas aglomerações estão causando o aumento dos casos. A alegria de uns traz a internação para outros”, pontuou.
A pressão foi confirmada ao BHAZ pelo médico intensivista, pneumologista e diretor jurídico do Sinmed-MG (Sindicato dos Médicos de Minas Gerais), Maurício Meireles Goes. “O que mais impressiona é que, no caso dos leitos públicos, quase nada mudou. Recebemos muitos relatos sobre um aumento na demanda em hospitais particulares, como o próprio Madre Teresa, e o Hospital da Unimed, por exemplo”, contou.