PBH amplia atendimento em centros de saúde para desafogar UPAs

Leito hospitalar PBH
Centros de saúde serão adaptados para funcionamento 24 horas (Adão de Souza/PBH)

A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) já começou a aplicar um conjunto de novas medidas com o objetivo de desafogar o sistema de saúde da capital mineira, que está em colapso em meio ao aumento de casos de Covid-19 e da demanda por leitos hospitalares. O pacote inclui a adaptação de alguns centros de saúde da cidade para funcionamento como unidades 24 horas, no atendimento a casos “não-Covid”, com o objetivo de diminuir as demandas das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). A oferta de teleconsultas para pacientes com sintomas respiratórios também será ampliada.

As medidas foram comunicadas em reunião da SMSA (Secretaria Municipal de Saúde) com representantes do do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (22). De acordo com a diretora de Assistência da SMSA, Renata Mascarenhas, outra estratégia é a implantação de mais Centros especializados em Covid-19 (Cecovid) nas UPAs da capital mineira.

“Foi uma reunião muito produtiva, com muito diálogo. Ouvimos o conselho no seu papel de controle social, e as sugestões são sempre muito bem-vindas. A construção de atividades e ações do plano de resposta, tudo isso é feito em conjunto. O SUS (Sistema Único de Saúde) é isto: o controle social junto com a gestão municipal e os trabalhadores, sempre construindo estratégias”, afirmou a diretora.

Leitos e teleconsultas

“A cada instante, estamos ampliando ofertas em todos os pontos da rede assistencial. No último sábado (20), conseguimos implantar o Cecovid na UPA Norte, e até então já tínhamos os centros especializados nas UPAs Centro-Sul, Venda Nova e Barreiro. Além da equipe especializada que agora atende lá, também tivemos o incremento de 14 leitos na UPA Norte. Também nesta semana, ampliamos mais 14 leitos específicos para casos respiratórios na UPA Nordeste. Em março, abrimos mais 12 leitos semi-intensivos na UPA Centro-Sul, e estamos em andamento para ampliar ainda mais”, detalhou Renata Mascarenhas ao BHAZ.

Ainda de acordo com a responsável pela rede de assistência de saúde em BH, a partir de hoje, serão disponibilizadas 400 vagas por dia de teleconsultas para pacientes com sintomas respiratórios na cidade. O serviço, disponibilizado pela PBH em parceria com a Unimed-BH, funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. O cidadão pode acessar o portal da prefeitura ou o PBH APP e se cadastrar para uma teleconsulta. Após confirmar o cadastro no SUS-BH, o paciente entra em uma tela para escolha da data e horário da consulta, dentro da disponibilidade da rede SUS.

Centros de assistência

Outra estratégia a ser adotada pela SMSA é a implantação de centros de saúde, com atendimento 24 horas para casos de baixa complexidade não relacionados à Covid-19, com o objetivo de dar apoio às UPAs. De acordo com Renata Mascarenhas, em cada regional, uma unidade de saúde será adaptada para funcionar desse modo, permitindo que as UPAs foquem no atendimento aos casos de Covid-19 e a outros casos mais graves ou específicos.

“O que acontece hoje é que os centros de saúde atendem queixas clínicas agudas, mas se algum paciente precisa ficar em observação no final da jornada, o local fecha às 19h e ele é encaminhado à UPA. Agora, as unidades 24h vão receber esses pacientes, que ainda precisam de observação ou de medicação. Isso visa desafogar as UPAs, que não vão interromper o atendimento prioritário de casos não-Covid, mas precisam cuidar dos pacientes com problemas respiratórios”, explica a diretora.

Ainda de acordo com a responsável, os centros de saúde que serão adaptados para a nova modalidade de funcionamento devem ser escolhidos, com base em critérios como proximidade e facilidade de acesso aéreo, até o final da tarde de hoje. Até a sexta-feira (26), essa adaptação deverá ser feita nas unidades determinadas.

100% de ocupação

A ocupação dos leitos de UTI destinados ao tratamento da Covid-19 em Belo Horizonte atingiu 100,8%, quando somados os leitos da rede privada e do SUS, na última sexta-feira (19), quando o último boletim epidemiológico foi divulgado pela PBH. sso não significa, no entanto, que não havia mais nenhum leito de UTI disponível na cidade. Nos hospitais privados, a ocupação já era de 114,4%, ou seja, não havia mais leitos disponíveis para os pacientes. Já na rede pública, 89,8% das UTIs estavam ocupadas, e ainda havia 44 leitos disponíveis.

A soma das ocupações da rede suplementar e do SUS, portanto, ultrapassava o índice de 100%, taxa considerada como a ocupação total dos leitos da cidade. A PBH anunciou, ainda na sexta-feira, que mais 29 leitos de UTI foram abertos na rede pública, levando o total do SUS a 440. Atualmente, a rede pública tem o maior número de leitos de UTI desde o início da pandemia: o máximo até então era de 424, em agosto do ano passado.

Neste mês, o número de leitos de UTI para tratamento de pacientes com suspeita e confirmação da doença na rede SUS de BH foi de 283, no dia 1º de março, para os atuais 440, depois da abertura de 157 unidades. Na rede privada, o total é de 353 leitos, todos ocupados.

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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