Ocupação de UTIs para Covid em BH está abaixo de 100% após mais de 10 dias

Leito de UTI em BH
Ocupação das redes pública e privada, hoje, é de 97,2% ( Adão de Souza/PBH)

Pela primeira vez desde o dia 18 de março, a ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao tratamento da Covid-19 em Belo Horizonte está abaixo de 100%, nesta terça-feira (30). De acordo com a prefeitura da capital mineira, a redução na taxa se deu por causa da abertura de novos leitos nas redes pública e particular de saúde da cidade. Hoje, a ocupação total desses leitos (SUS + rede privada) é de 97,2%.

Ainda ontem (29), a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) abriu 32 novos leitos de UTI Covid na rede pública, totalizando 526 unidades. Na rede privada, também foram abertos 81 leitos de UTI Covid e 160 leitos de enfermaria Covid. Ainda assim, a ocupação total de leitos de UTI Covid nas duas redes era de 100,7%: a rede SUS ainda tinha vagas, mas a particular ainda estava lotada.

Já nesta terça-feira, foram abertos na rede particular 38 novos leitos de UTI Covid e 15 leitos de enfermaria Covid. Na rede pública, a taxa de ocupação é de 96,2%. Mais informações a respeito da situação da Covid-19 na capital serão divulgadas pela PBH em boletim epidemiológico ainda hoje.

Atendimento não-Covid

A PBH também ampliou os centros de saúde que funcionarão todos os dias, 24 horas por dia, para atender a casos não-Covid. A partir de ontem, as nove regionais de BH já passaram a contar com esse amparo.

A estratégia visa ampliar o atendimento de pessoas que não apresentam sintomas respiratórios e são classificados como baixa e média complexidade, deixando as UPAs dedicadas, prioritariamente, ao atendimento dos casos sintomáticos respiratórios, pediatria e traumas. 

Na última sexta-feira, dia 26, três centros de saúde das regionais Centro-Sul, Pampulha e Venda Nova passaram a funcionar 24h. Em três dias de funcionamento, foram realizados cerca de 600 atendimentos. 

Confira a lista completa das unidades que estão atendendo 24h:

  • Centro de Saúde Barreiro de Cima: praça Modestino Sales Barbosa, 100 – Flávio Marques Lisboa;
  • Centro de Saúde Carlos Chagas: avenida Francisco Sales, 1.715 – Santa Efigênia;
  • Centro de Saúde São Geraldo: avenida Itaituba, 318 – São Geraldo;
  • Centro de Saúde Cachoeirinha: rua Borborema, 1.325 – Cachoeirinha
  • Centro de Saúde Carlos Prates: rua Frederico Bracher Júnior, 103 – Carlos Prates;
  • Centro de Saúde Aarão Reis: rua Oliveira Fortes, 40 – Aarão Reis;
  • Centro de Saúde Vila Imperial: rua Guilherme P. Fonseca, 350 – Madre Gertrudes;
  • Centro de Saúde Santa Terezinha: rua Senador Virgílio Távora, 157 – Santa Terezinha;
  • Centro de Saúde Santa Mônica: rua dos Caoneiros, 320 – Santa Mônica.

Os nove centros de saúde são exclusivos para o atendimento clínico de pessoas sem sintomas respiratórios e não serão utilizados como pontos de vacinação.

Mortes por falta de leito

Também ontem, o Sindibel (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte) denunciou que duas pessoas haviam morrido à espera de leitos de CTI para Covid-19 nas UPAs de Belo Horizonte. O sindicato ainda afirmou que outras duas pessoas morreram por falta de respiradores nas unidades de saúde, mas a PBH nega (leia mais aqui).

Ainda de acordo com o sindicato, faltam equipamentos necessários para os atendimentos. “Já tivemos casos em que os profissionais de saúde não tiveram pontos de oxigênio, balas de oxigênio, bombas de infusão, monitores, medicamentos ou respiradores mecânicos para pacientes”, diz trecho de manifesto (leia na íntegra abaixo) divulgado pelo Sindibel ao prefeito Alexandre Kalil (PSD), à CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte), à população da cidade e ao MPMG (Ministério Público de Minas Gerais).

Conversas de WhatsApp entre servidores que atuam nas UPAs de BH divulgadas pelo Sindibel ilustram o caos vivido dentro do sistema de saúde da capital. As mensagens mostram profissionais compartilhando o número de pessoas sendo intubadas; denunciando a escassez de equipamentos e insumos como oxigênio e respiradores; contabilizando pessoas que esperam vagas em leitos e os óbitos por Covid-19 registrados no dia.

“Uma informação importante é que os respiradores NÃO VENTILAM, são respiradores de transportes, isto significa que o paciente não é ventilado adequadamente, desenvolve fibrose pulmonar e evoluem pro óbito. Olha o absurdo: ventiladores que não ventilam”, denuncia uma das mensagens compartilhadas pelo sindicato. “Falei que perdemos à noite as duas que agonizaram ontem na enfermaria e não tinha como trazer pra sala de urgência”, diz outra mensagem.

Com PBH

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!