Carol Gattaz relembra polêmica com Maurício Souza e fala sobre combate à homofobia

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Carol Gattaz foi uma das atletas que se posicionou após posts homofóbicos de Maurício Souza (BHAZ/Divulgação)

Dois anos após se manifestar publicamente contra a homofobia em meio às polêmicas levantas pelo ex-colega de clube Maurício Souza, a jogadora de vôlei Carol Gattaz relembrou o episódio. No Arreda pra Cá, podcast do BHAZ, ela falou em detalhes sobre a relação que tinha com Maurício, o que a levou a se posicionar e como lida com o retorno – positivo e negativo – do público até hoje.

O post de Carol veio após publicações feitas por Maurício criticando a comunidade LGBTQ+. Na época, ela e outros colegas do vôlei foram veementes nas falas contra a homofobia e outros preconceitos. Hoje, Carol Gattaz garante que a resposta não foi um ataque a Maurício, mas sim uma necessidade de mostrar o próprio lado e pedir respeito.

“Eu peguei seleções muitos anos com ele, ele é uma pessoa muito legal, muito querida, é uma ótima pessoa, um ótimo ser humano, ótimo pai, ótimo marido, só que ele foi infeliz no que ele colocou. Porque eu acho que ele não entendia, e talvez, na cabeça dele, ele acha que não agrediu ninguém, mas ele não entendia o patamar que ia surgir com aquilo”, pontua.

A central do Minas Tênis Clube ressalta ainda que o problema não se resume a Maurício, que, depois da polêmica, saiu do clube e foi eleito deputado federal. “Eu recebi vários haters, que não entendiam o contexto. Muito, mas muito. Caramba, eu recebi tantas pessoas falando ‘ah, porque você é lacradora’. Eu nem sei o que é lacradora tá, gente”, lembra.

‘Cada coisa que as pessoas se incomodam’

A medalhista olímpica também contou, no Arreda pra Cá, que, quando se posicionou sobre o assunto, percebeu que é algo que ainda incomoda muita gente: “É cada coisa que as pessoas se incomodam e parece que eles não olham pra si próprios, para um colega. A gente só quer respeito, a gente não quer nada demais”.

“O que tem a ver se a menina tá lá beijando outra ou o menino tá lá beijando outro? O que tem? Qual o problema? Seu filho não vai ser homossexual ou deixar de ser homem por ver duas mulheres ou dois homens se beijando. Não é por isso, entendeu?”, continua a jogadora.

Eu nem falo só desse fato isolado, porque na verdade quando a gente se posiciona, não é só um fato, são vários fatos que ocorrem que a gente quer sempre combater. Combater não vamos falar essa palavra, mas tentar por um outro lado, um outro olhar, que é o nosso olhar, porque as pessoas às vezes têm o olhar delas e a gente tem que respeitar assim como eles têm que respeitar o nosso lado e o nosso olhar.

Carol Gattaz relembrou ainda a própria jornada como parte da comunidade LGBTQ+. Ela conta que encontrou alguns obstáculos até mesmo dentro de casa, mas sempre foi acolhida e amada pela família. Mesmo assim, entendeu a importância de se colocar à disposição na luta contra a homofobia.

“É a realidade de muitas pessoas. Eu poderia muito bem ficar sentada, calada no meu mundo, que eu estaria muito bem. Eu não acho justo com as pessoas que sofrem. Eu acho que é o respeito. Se as pessoas entenderem que o respeito é bom pra todo mundo, tá tudo certo”, pontua.

‘Eu sou quem eu sou’

Sobre as especulações em torno da própria sexualidade, Carol Gattaz afirma que nunca tratou como um problema: “Desde o início eu achei que, eu expondo naturalmente, as pessoas vão respeitar melhor. Porque não adianta nada eu falar ‘ai, eu gosto de homem’ e daqui a pouco eu tô lá beijando uma mulher”.

“Tem até um meme muito engraçado, que eu falo assim: ‘se eu tiver que beijar uma mulher, eu vou beijar uma mulher. Se eu tiver que beijar um homem, eu vou beijar essa mulher’. Mas a verdade é que, se eu tiver que beijar um homem, eu vou beijar um homem. Eu me conecto com pessoas”, diz a central, que busca não se esconder dos torcedores e seguidores: “Eu sou quem eu sou, eu não faço distinção de nada”.

Assista a conversa na íntegra abaixo:

Arreda pra Cá

Se tem duas coisas que o mineiro gosta de verdade, elas são: Minas Gerais e uma boa conversa. Se juntar os dois então, já viu… E foi exatamente isso que o BHAZ fez: o Arreda pra Cá, nosso podcast, recebe personalidades mineiras e figuras importantes que têm tudo a ver com a história do nosso estado. Tem esporte, internet, arte e uma bebidinha que não pode faltar, né!?

Gostou? Arreda pra cá, então! Pra conferir tudo sobre o podcast e assistir os papos com outros convidados, é só clicar aqui.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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