Um dos maiores blocos de Belo Horizonte, o Faraó não vai sair no Carnaval de 2024. O motivo da decisão, segundo o fundador e produtor Reinaldo Proença é a dificuldade financeira para colocar o bloco na rua. Neste ano, o megabloco desfilou na folia de BH a duras penas.
Pouco tempo antes do Carnaval deste ano, o bloco Faraó já dava indícios de que teria dificuldades para fazer o cortejo por questões financeiras. O coletivo carnavalesco tradicionalmente desfila na avenida Afonso Pena e arrasta multidões.
“Os preços dos trios subiram bastante, a cadeia do Carnaval está com um preço muito alto e acaba que o auxílio que a gente recebe da Prefeitura mal dá para pagar um trio elétrico, então fica tudo muito difícil”, declara Reinaldo Proença ao BHAZ.
Desfile desgastante em 2023
Diante do cenário, os integrantes do bloco avaliaram o quão “desgastante” foi colocar o Faraó na rua neste ano e acharam melhor dar uma pausa. “Essa questão de somente quem participa do bloco financiá-lo fica muito pesado porque as pessoas gostam de sair em muitos blocos”, diz.
“É muito sacrifício somente as pessoas do bloco investindo, não está certo, porque quem já compra seu instrumento, por exemplo, e vai lá tocar, já está contribuindo. A festa é para a cidade”, afirma o fundador do Faraó.
Em relação ao apoio de empresas privadas, Reinaldo conta que o Faraó conseguiu alguns parceiros, mas que é um processo difícil. “Foi com parceiros que conseguimos colocar o bloco na rua, mas é muito difícil acertar essas parcerias”.
“Enquanto alguns blocos arrecadam muito dinheiro, outros conseguem pouco. Se você não tem parceria fica difícil fazer o desfile”, completa. Enquanto isso, o grupo seguirá pensando em estratégias para tornar viável um cortejo em 2025.
“Estamos buscando projetos dentro da Lei de Incentivo à Cultura para poder financiar o bloco, temos que buscar parcerias para ver como fazer a coisa ficar sustentável”, conclui Reinaldo.
Um outro grande bloco de BH que anunciou que não vai desfilar em 2024 é o Garotas Solteiras. Por meio do Instagram, o grupo explicou que a pausa acontecerá para que haja melhor planejamento da logística do cortejo e da estrutura do bloco, que teve 450 mil foliões neste ano.
“O Garotas nunca planejou ser um bloco tão grande quanto ele se tornou e ir para as ruas levando tanta gente exige de nós um trabalho gigantesco nos bastidores. E esse trabalho é executado por uma produção que é 100% formada por pessoas voluntárias”, disse Edu Ruas, vocalista e produtor do bloco.
“O cortejo de 2023 foi muito difícil. Nós tivemos 450 mil pessoas nos acompanhando e isso só nos mostrou que a gente precisa de mais segurança, mais logística, mais estrutura, para que possamos fazer um cortejo digno do que todas nós merecemos”, acrescentou Anittona, também vocalista do Garotas Solteiras.
