O bloco Alcova Libertina precisou alterar o horário do cortejo deste domingo (23) de 15h para 19h por causa do imbróglio relacionado aos carros de som e a ação de fiscalização anunciada seis dias antes da folia. O trajeto está mantido. Os foliões podem se reunir na avenida Silviano Brandão com a avenida dos Andradas.
Conforme a organização, um terceiro trio precisou ser alugado para permitir que o bloco saísse para a rua. O Alcova havia alugado um carro em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, depois que as autoridades decidiram exigir, no último domingo (16), que os fornecedores desses trios fornecessem ao Detran-MG uma cópia do CAT (Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito). No entanto, o trio não chegaria a tempo.
Por isso, o Alcova chegou a suspender o cortejo. Uma nota de cancelamento chegou, inclusive, a ser enviada para a imprensa. No entanto, um novo orçamento foi levantado e o carro foi alugado.
Relembre a polêmica
A medida repentina, em desacordo com o que foi alinhado em meses de reuniões entre poder público e blocos, deixou até mesmo as forças de segurança em saia justa. Ao dizer, de forma enfática, que toda essa operação para barrar trios que não tivessem CAT era uma preocupação com a segurança dos foliões, o comando da Polícia Militar mineira admitiu que falhou nesse dever em anos anteriores.
+ Autoridades cobram, a 6 dias do Carnaval, exigência impossível de ser cumprida em Minas
“Tem que ser um Carnaval sustentável na tutela do maior patrimônio que temos, que é a vida. E, quando se trata de vida, não se pode flexibilizar. Cabe à PM proteger o cidadão mineiro através da fiscalização”, afirmou o comandante-geral da PM, coronel Giovanne Gomes da Silva. “Quando se fala de vida a gente não negocia”, complementou em coletiva à imprensa realizada na quinta (20) para anunciar que os blocos seriam barrados.
No entanto, a mesma PM não fez esse tipo de fiscalização nos anos anteriores – e esse exato tipo de trio elétrico é usado ao menos desde 2016. Ao ser questionado sobre a teórica falha em 2019, quando já era comandante-geral, Silva justificou ao dizer que “não chegou ao meu conhecimento nenhum fato concreto como chegou neste ano”.
A Polícia Civil também ficou desconfortável ao ser questionada pela ausência da mesma exigência em anos anteriores. “Essa fiscalização de trânsito ocorre pela PM. Não é o Detran que faz essa fiscalização, é a PM. Não podemos responder por isso. Todas as vezes que nossos agentes se deparam, a gente age. Se fez nos anos anteriores, se fez ou não fez, não tem como dar esse tipo de resposta”, afirmou, ao BHAZ, o delegado da Divisão de Registro de Veículos do Detran-MG, Rafael Faria.