A mistura de samba reggae com ijexá, pagodão baiano, kuduro e outros gêneros afrocentrados ressoou pela avenida Amazonas, no Centro, no Carnaval BH 2025. O bloco afro Angola Janga desfilou pela capital na tarde deste domingo (2). O cortejo ocorreu em parte da Avenida Amazonas, na altura da Praça Sete.
A vocalista do cortejo Ana Hilário aproveitou para reafirmar a coragem e resistência do povo negro. “Estamos representando a história. Vamos resistir e mudar esse país. Os blocos negros são muito importantes para a história dessa cidade e do Brasil. Não vão conseguir nos matar nunca”, declarou.
O primeiro cortejo do Angola Janga aconteceu em 2016. O objetivo, segundo o cofundador Lucas Jupetipe, é ocupar a região central de BH com corpos negros.
“Quando você olha os blocos que saem no hipercentro, principalmente, todos possuem maioria de pessoas brancas. Então não tem a galera negra no dia da folia. A gente precisa ocupar esse espaço onde a população negra só está de passagem ou trabalhando e no dia da folia não está lá”, diz Jupetipe.
Angola Janga exalta povo negro no coração do Carnaval de BH #Carnaval2025 #carnavalbh pic.twitter.com/T4mm0XVsBd
— BHAZ (@portal_bhaz) March 2, 2025
Ele compara a história do Angola Janga com o Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, fundado pelo Vovô do Ilê, em Salvador, na década de 1960. “No mesmo contexto, ele cansado de ver a negrada só no fundo dos blocos – isso quando era permitido que eles entrassem –, só segurando corda e catando latinha”.
“Quando ele fez o primeiro cortejo, os integrantes desceram para o centro onde eram os circuitos de Salvador, sem trio elétrico nem nada. Eles fizeram um cortejo e rendeu matéria no jornal chamando o bloco Ilê Aiyê de racista. Então, quando a gente passou pela mesma coisa aqui, vimos como a história é cíclica”.
Veja fotos do bloco Angola Janga no Carnaval BH 2025






















































Fotos: Victor Vilaça/BHAZ