Dados divulgados em abril deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 13,1% no primeiro trimestre de 2018: 13,7 milhões de pessoas estão sem trabalho. Além de gerar preocupação em quem não consegue uma oportunidade no mercado, a situação ainda faz com que criminosos tentem se aproveitar dos mais desatentos.
De acordo com um recente estudo da PSafe, empresa de segurança eletrônica, mais de 30 golpes foram identificados na internet brasileira no último mês. E todos eles usam vagas de emprego falsas para atrair as vítimas, que podem ter dispositivos infectados com vírus, dados pessoais e até dinheiro roubados.
O ex-bancário Frederico Santos acabou caindo em um destes golpes. Ele conta que a empresa RH Recruta PL ofereceu vaga de emprego mediante pagamento de boleto para liberação de um suposto escritório virtual e material de estudo. Bastava enviar um e-mail pelo endereço [email protected] e pagar uma taxa. O desempregado, no entanto, acabou no prejuízo.
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“Como o desespero começa a bater na porta, já que estou a mais de 1 ano sem emprego, resolvi arriscar, afinal eram R$ 29,90, poderia pagar sem me comprometer. Mas era bem claro que seria golpe: o final do e-mail sem assinatura digital da empresa, sem telefone contato, website…enfim, paguei para ver e me dei mal”, lamenta.
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Santos ainda diz ter recebido um novo e-mail da empresa, após ter percebido o golpe, com um link para o site Página Lucrativa, que não era o prometido no primeiro contato. “Quando li o e-mail, vi que na verdade não era nada do que eles me prometeram no primeiro contato. E sim um site de uma outra empresa, que seguia os moldes do esquema pirâmide, uma pilantragem”, reclama.
Pela legislação brasileira, a prática de pirâmide financeira é crime contra a economia popular. A lei n° 1.521, de 26 de dezembro de 1951, prevê pena de 6 meses a 2 anos de prisão, além de multa, para o crime de “obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos”.
Como prevenir-se
De acordo com o advogado trabalhista Daniel Rangel, no caso do ex-bancário, “qualquer cobrança do contratante, antes de se iniciar um contrato de trabalho, é ilegal e abusiva. Se já existe uma predisposição para que seja feito um pagamento de qualquer valor, a pessoa já tem que ficar atenta porque essa prática é ilegal”, afirma.
Rangel aconselha que é muito importante que a pessoa pesquise sobre a empresa na internet e verifique se existe alguma reclamação, como em sites como o Reclame.aqui, para fugir de golpes do tipo. “Mesmo que a empresa passe algum endereço de e-mail, muitas vezes isso se dá de forma fictícia, o que induz ainda mais a pessoa a entrar em contato”, explica.
E se você cair em algum golpe? O primeiro passo, de acordo com o advogado, é fazer uma denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho. “Pode ser feito pelo próprio site do ministério e o anonimato também é garantido. E mesmo fazendo essa denúncia é interessante comunicar também as autoridades policiais, para que isso seja investigado e tratado da forma devida”, conclui.
Nas redes sociais
Além das falsas vagas anunciadas por e-mail, há ainda golpes em que as oportunidades enganosas são divulgadas por meio do Facebook e de outras redes sociais. Geralmente, o usuário clica em um link que indica um processo seletivo em empresas de grande porte. Depois disso, se depara com um formulário que solicita dados básicos. O interessado ainda é induzido a compartilhar o link com o maior número de pessoas possível e a cadastrar o número de telefone, sem saber que trata-se de um serviço de SMS pago.
No início deste mês, o PSafe listou sete dicas que podem te ajudar a não cair em golpes relacionados a vagas de emprego. Clique aqui para conferir.
