[Acelera Aí] Aprenda a economizar, pois cachaça no tanque traz riscos ao motor do carro

No desespero pela falta de combustível na maioria dos postos de combustíveis, alguns motoristas se arriscam em colocar no tanque álcool comum – também chamado como “de cozinha” – e até mesmo cachaça. Não faça isso. Com teores alcoólicos na faixa dos 40%, esses dois líquidos têm mais água do que etanol em sua fórmula. Esse excesso de água impede a combustão das bebidas nos pistões do motor e o carro pode nem dá partida. Mas se funcionar, pode corroer algumas partes do motor e o prejuízo é certo.

Donos de veículos precisam saber dos riscos de abastecer o tanque com álcool de cozinha ou cachaça

Neste período das paralisações dos caminhões e desabastecimento de combustível o ideal é ficar atento quanto ao gasto do carro. Segundo o sócio-fundador da ChipsAway, rede de franquias de funilaria express, João Furlan, algumas atitudes contribuem para a economia e fazem o tanque render mais.

Ele sugere que o motorista evite acelerar demais na partida. No momento da primeira marcha, o consumo é alto, desta forma, não force a aceleração. “Com o movimento, perceba o momento certo de trocar de marcha e acelere suavemente fazendo a troca de maneira progressiva. Mesmo em veículos com câmbio automático o segredo é acelerar suavemente”, indica.

Para ele, o caminho mais curto nem sempre é o mais econômico. Assim, sugere procurar o melhor trajeto. Congestionamentos, subidas e lombadas só fazem o carro consumir mais. Prefira se houver um caminho mais longo, mas que permita uma velocidade constante. Existem alguns aplicativos para telefones celulares ajudam a descobrir os melhores caminhos.

Veja outras dicas:

1-Evite acelerar na descida: acelerar o carro na descida é um daqueles hábitos que entram no “piloto automático”, que alguns motoristas fazem sem perceber. A partir de 40 km/h, sem aceleração, não entrará uma gota de combustível no motor. Basta conferir a medição de consumo instantâneo; ela cairá até zerar.

2-Na descida não deixe a marcha em ponto morto: fuja da “banguela”, pois ela aumenta o consumo de combustível, uma vez que a maioria dos veículos funciona com injeção eletrônica. Ao descer engatado, o sistema entende a desaceleração e aciona o modo ‘cut off’, ou seja, irá cessar os comandos para os bicos injetores, cortando o envio de combustível para o motor, enquanto que se estiver na “banguela” o sistema de injeção continuará injetando combustível para manter o motor ligado.

3 – Faça ultrapassagens na hora certa: o consumo instantâneo em ultrapassagens aumenta consideravelmente, principalmente em subidas. Desta forma, prefira as ultrapassagens em terrenos planos ou descidas. Manter a velocidade constante compensa mais para o bolso do que ficar acelerando e freando.

A calibragem correta dos pneus influencia na economia de combustível (foto: Fiat/Divulgação)

4- Pneus: a calibração periódica da pressão dos pneus conforme recomendações do fabricante do veículo é importante para a economia de combustível. Pneus com pressão mais baixa que a ideal podem aumentar o consumo de 1% a 3%.

5- Atenção com o ar-condicionado:  ele deve ser usado de forma inteligente e seguindo as dicas do fabricante do veículo pois, dependendo do uso, pode aumentar o consumo em até 15%.

6- Cuide da manutenção: Não esqueça de fazer a manutenção periódica do carro. Um filtro de ar sujo pode aumentar o consumo em até 20%.

7-Não carregar peso em excesso: procure levar apenas o necessário, como roupas e objetos pessoais. Evite pesos em excesso e itens que não vão fazer falta durante sua viagem.

Engenheiro Renato Romio: “é preciso avaliar a autonomia do veículo” (foto: IMT/divulgação)

Estudo ensina a fazer
cálculo de consumo

O Chefe da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Renato Romio, lembra que o dono do veículo deve saber qual o real consumo. Autor do estudo “Análise Estatística de Desempenho e Performance de Combustíveis”, o professor explica que é preciso avaliar não apenas o preço do combustível na bomba, mas também a autonomia do veículo.

Na sua opinião, independentemente do automóvel, o condutor pode fazer o seu próprio cálculo. “Basta abastecer o veículo, rodar mais do que meio tanque e encher novamente. É fundamental anotar a quilometragem na saída do posto nas duas ocasiões para saber a quilometragem rodada e a quantidade de litros abastecida na segunda vez. Depois, é só dividir a quantidade de quilômetros rodados pela quantidade de litros reposta no tanque, desta forma é possível obter o resultado em quilômetros por litro (km/l). É um procedimento simples e rápido que ajuda a prestar atenção no consumo e economizar”, explica.

O estudo mostra que a relação entre o etanol e a gasolina pode ser diferente dos 70% adotados como padrão pelo mercado. O desempenho do etanol em modelos de veículos testados variou de 70,7% e 75,4%, uma diferença considerável. Como referência, os valores encontrados para os mesmos modelos de veículos, testados em laboratório, no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) foram, respectivamente, 66,7% e 72,1%.

“Ou seja, os valores de consumo no uso real do veículo podem ser melhores do que os resultados verificados em testes de laboratório, por isso é importante avaliar o consumo individual, nas condições de transito é trajetos habituais”, completa.

Acelera Ai[email protected]

Jornalistas Eduardo Aquino e Luís Otávio Pires são os editores do site Acelera Aí e da seção veículos do portal Bhaz

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