De volta o oba-oba enganador em torno da seleção contra adversários meia-boca

De volta o oba-oba enganador em torno da seleção contra adversários meia-boca

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Contra a Bolívia 5 a 1. Amanhã, Peru, em Lima. (Foto: twitter.com/CBF_Futebol)

A história é repetitiva e faz lembrar a música Retrato em branco e preto, do Chico Buarque de 1968:
“Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cór . . .”

Na estreia das eliminatórias para a Copa de 2026 a seleção brasileira goleou a Bolívia, 5 a 1, em Belém do Pará e o ufanismo voltou a tomar conta da maioria da imprensa, ávida por números positivos, mesmo que, na prática, não signifiquem nada, tipo: “seleção bate recorde de posse de bola com 80% de domínio sobre a Bolívia”.

Foto: twitter.com/CBF_Futebol


Também, exaltação a números pessoais de jogadores. No caso, Neymar, que teria superado Pelé em quantidade de gols pela seleção, em jogos oficiais. Nas contas da FIFA Neymar chegou a 79, contra 77 de Pelé.
A máquina publicitária de Neymar é ótima e continua funcionando muito bem. O problema é quando chega a hora do “vamos ver”, na Copa do Mundo, e aparecem os adversários de alto nível, “padrão FIFA”, e a seleção é eliminada até por Croácia, como em 2022; Bélgica, 2018 e toma 7 a 1 de uma Alemanha, em pleno Mineirão em 2014.

Caso Neymar consiga escapar do individualismo capitalista que é a principal marca da trajetória dele na seleção, poderá ser tão útil quanto Messi foi para a Argentina no Catar ano passado. Eis a questão!


Considero uma besteira comparar jogadores de épocas diferentes e tão distantes, mas já que a grande mídia sempre compara, vale a pena conferir um levantamento do jornal O Globo, sobre gols marcados por Pelé e por Neymar. Contra seleções europeias, Pelé marcou 36 gols, Neymar 14. Contra a Argentina, Pelé 8, Neymar 3. Contra seleções sem títulos mundiais, das Américas Central e do Norte, África, Ásia e Oceania: Neymar 35, Pelé 6.


Sobre a estreia de Fernando Diniz, a exaltação midiática também foi enorme e entendo que ele merece, pela competência e simplicidade. Porém, é preciso moderação, pois eliminatória Sul-americana é muito diferente de uma Copa. O Brasil nunca ficou fora de nenhuma. Em condições normais, vai atropelar os concorrentes em mais essa, visando 2026. Escrevi sobre isso aqui no dia da primeira convocação do Fernando Diniz, quando eu defendia que a CBF deveria efetivá-lo logo e esquecer Carlo Ancelotti ou qualquer estrangeiro que não trabalhe no Brasil.


A propósito, o comentarista Régis Souto colaborou com o nosso texto naquele dia 19 de agosto: “Registra aí em cartório. Ele (Diniz) não é interino. É estágio probatório. Se ganhar dessas babas sul-americanas nas eliminatórias, ano que vem a CBF fala que o italiano roeu a corda e efetiva o Diniz”.
Realmente, a tendência é essa. A seleção do Fernando Diniz deve passar também pelo Peru, amanhã, em Lima, 23 horas. Segunda partida dessa primeira rodada das eliminatórias da Copa de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá.

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