Eleitorado de BH é implacável e rejeita partidos que já governaram a capital

prédio prefeitura de bh centro
O fato é que alguns partidos nunca mais voltaram ao comando da capital mineira depois que o conquistaram pela 1ª vez (Amanda Dias/BHAZ)

São várias razões e precisam ser estudadas. O fato é que alguns partidos nunca mais voltaram ao comando da capital mineira depois que o conquistaram pela 1ª vez. Os exemplos mais flagrantes são o PMDB (hoje, MDB) e o PSDB; o PT pode ser o próximo dessa fila dos rejeitados.

O PMDB chegou à Prefeitura de BH em 1986, no auge da redemocratização do país, da qual o partido foi protagonista histórico. O PSDB conquistou o cargo em 1988, quando o ex-peemedebista Pimenta da Veiga se juntou a outros dissidentes paulistas e criaram o partido. Os tucanos eram formados por peemedebistas insatisfeitos com os rumos do ex-partido.

Há cerca de 30 anos, PMDB e PSDB nunca mais voltaram a eleger prefeito em Belo Horizonte, embora tenham tentado. Até chegaram perto, mas amargaram o segundo lugar.

MDB e PSDB têm só 1 vereador cada

O MDB parece até ter desistido de investir na capital dos mineiros, onde, há anos, não tem sequer um diretório partidário organizado, e sempre foi provisório. Na Câmara de BH, onde existem18 partidos, tem apenas um vereador (Reinaldo Gomes). O PSDB também tem um (Henrique Braga).

Não dá pra dizer que o belo-horizontino reage, nesse caso, a uma possível má gestão deles, até porque a avaliação à época, nas pesquisas, foi positiva. Depois de sua passagem pela prefeitura, o PMDB e o PSDB até elegeram governadores de Minas. Mas, talvez, o conjunto da obra, o cansaço, ou fadiga de material, como dizem no meio político, influenciem na rejeição. Não há como desconhecer que o eleitor de BH sofre igualmente, e diretamente, os efeitos de gestões do governo estadual.

Na atual campanha eleitoral, por meio da novata Luiza Barreto, os tucanos registram o pior desempenho dos últimos 32 anos de existência, de menos de 3%. Com certeza, não corresponde ao seu histórico de disputas na capital. O MDB não lançou candidato a prefeito e está coligado à chapa de reeleição do atual prefeito Alexandre Kalil (PSD).

PT é a bola da vez da rejeição

A bola da vez, agora, parece ser o PT. O partido elegeu três prefeitos e foi aliado de outras duas gestões (PSB de Célio de Castro-1997/2000, e PSB de Márcio Lacerda-2008/2012). Hoje, tem apenas dois vereadores (Pedro Patrus e Arnaldo Godoy) e um candidato a prefeito, Nilmário Miranda, ex-ministro, que não passa dos 5%.

Na última pesquisa Datafolha, feita nos dias 5 e 6 de outubro, depois de ouvir 800 eleitores, o petista teve 2% e a tucana, 1%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O número da pesquisa na Justiça Eleitoral: MG-09256/2020, e foi contratada pela TV Globo e Folha de S. Paulo.

Ambos os partidos, o PT e o PSDB já protagonizaram e polarizaram disputas nacionais, estaduais e municipais por mais de 20 anos. Agora, lutam para sobreviver. Não devem desaparecer do cenário político porque ainda são fortes no plano nacional, mas devem perder muitas prefeituras no país e em Minas.

PSB de Lacerda sumiu do mapa

Outro partido, o PSB, que conquistou a prefeitura quatro vezes (duas vezes com Célio de Castro, que, depois mudou-se para o PT, e outras duas com Márcio Lacerda), não está na disputa e tem só um vereador na Câmara (Edmar Branco).

Ainda sobre o eleitorado de BH, é preciso reconhecer que é um eleitorado diferenciado, mais bem informado e exigente. Também não deixa de estar em acordo com o atual contexto político no qual o cidadão se ressente do distanciamento dos políticos com as demandas que vêm das ruas.

Voto contra a pandemia

A Justiça eleitoral mineira já enviou para as 304 zonas eleitorais dos 853 municípios mineiros o material de controle sanitário contra a pandemia. A intenção é garantir a segurança do voto de cada um dos quase 16 milhões de eleitores mineiros, mais de 177 mil mesários e cerca de 51 mil colaboradores. Estão sendo enviados itens como como álcool em gel, álcool líquido, máscaras descartáveis, protetores faciais (face shield) e adesivos para marcação de distanciamento de 1m entre as pessoas nos locais de votação.

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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