Luta ou fuga?

O mecanismo de luta ou fuga é intrínseco a todo indivíduo. A expressão é originária do inglês “fight or flight” e se caracteriza como a resposta do nosso sistema nervoso autônomo a estímulos externos de ameaça. É biológico e automático: ao nos depararmos com situações adversas ou perigosas, todo nosso organismo prepara-se para lutar ou fugir. Ambas as reações são legítimas e buscam a autoproteção, estando intimamente ligadas ao instinto natural de sobrevivência. Portanto, não há nada de errado em lutar ou mesmo fugir diante de uma ameaça.

Pois bem, o que isso tem a ver com o contexto em que vivemos hoje no Brasil? Vivemos em um ambiente de corrupção na política, baixo crescimento econômico, índices de violência que se comparam a de países em guerra, serviços públicos de péssima qualidade apesar dos altos tributos que pagamos, pouca educação e saúde para nossas crianças, enfim… um ambiente externo de ameaças. Antes das últimas eleições, um amigo me disse em tom jocoso: “Ou agimos agora para melhorar o Brasil ou vamos todos embora do País em um cruzeiro luxuoso.

Não há problema algum em fugir para proteger a família e buscar melhores condições de vida e de desenvolvimento. Eu mesma fui para o Canadá há dez anos, pelo programa de imigração do governo canadense, com meu marido ao meu lado e um sonho: construir minha família em um país de primeiro mundo. Apesar de bastante integrada na sociedade local – falava fluentemente o inglês e o francês, cursei meu mestrado em Economia na Concordia University, tinha amigos de várias partes do mundo – sempre me senti como uma eterna estrangeira no lugar que tinha escolhido para viver. Enfim, resolvemos voltar para o Brasil!

Naquele momento, decidi me juntar ao grupo dos que lutam diante das ameaças. Talvez, lutar não seja o termo mais adequado, mas, sim, agir. Resolvi sair da indignação e partir para a ação. Agir ocupando o vácuo que o poder público insiste em propagar. Não adianta esperar a ação dos governantes. Apenas reclamar não nos tem levado a lugar algum. Sem desculpas! Se o Estado não faz, façamos nós.

Em 2016, filiei-me ao NOVO, sem jamais ter tido vínculo com nenhum partido político. O fiz por acreditar que as mudanças estruturais que precisamos virão somente a partir da boa política e que é preciso que nós ocupemos os parlamentos. Não é uma questão de nós, população, contra eles, políticos, mas, sim, a conscientização de que a política, os parlamentos, os políticos somos nós! O NOVO não utiliza o dinheiro de pagamento de impostos para se financiar, defende a redução de tributos, a eficiência na gestão pública, a liberdade econômica, a meritocracia, a igualdade de oportunidades e a visão de longo prazo. É um partido político que nasceu com o objetivo de melhorar a vida das pessoas.

Ano passado, candidatei-me a Deputada Estadual de Minas Gerais. Fui a deputada mais bem votada do NOVO e eleita com orçamento de menos de R$ 22 mil. O slogan da campanha e que trago para meu mandato é: fazer mais com menos! Provamos que é possível mesmo antes de tomar posse. Dos 77 deputados estaduais desta legislatura, sou a deputada eleita com menor gasto de campanha e sem utilizar nenhum real de dinheiro público. Curioso ser justamente do dito “partido rico dos empresários” a deputada eleita com menor gasto de campanha entre todos os deputados mineiros.

Enfim, talvez um pouco tardiamente, juntei-me ao grupo dos que lutam para mudar o cenário de adversidades vividas no Brasil. Antes tarde do que nunca. Mas, se você já se cansou e acha que o nosso País não tem mais jeito, que a culpa é dos políticos e que basta reclamar sem arregaçar as mangas e agir em prol do bem comum e, principalmente, do próximo, tudo bem. Nosso sistema nervoso autônomo também reage a ameaças através da fuga. Lembre-se: mecanismo de luta ou fuga, que vem do inglês “fight or flight” . Afinal, além do navio luxuoso, também há a opção do avião.

Laura Serrano[email protected]

Laura Serrano é deputada estadual eleita com 33.813 votos pelo partido Novo. Economista, Mestre pela Concordia University (Canadá), pós-graduada em controladoria e Finanças e graduada pela UFMG com parte dos estudos na Université de Liège (Bélgica). É membro da Golden Key International Honour Society (sociedade internacional de pós-graduados de alto desempenho).

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