Nem metrô, nem ônibus, nem táxi: A dificuldade logística no show de Paul McCartney em BH

Paul McCartney BH
Paul McCartney BH

No palco, um ex-beatle cantando para 42,5 mil pessoas numa Arena MRV emocionada. Fora dele, mais um perrengue para se chegar a um grande evento em Belo Horizonte. Desta vez, um “caminho longo e sinuoso” para ver Paul McCartney falar ‘uai’, que poderia ter sido amenizado com ações simples para facilitar o transporte rumo ao palco do show em BH.

Em agosto, quatro meses atrás, já se sabia que os ingressos para o show no novo estádio do Atlético estavam esgotados. O horário previsto para a apresentação também já era sabido, mas, apesar de todas as informações antecipadas, a concessionária que passou a operar o metrô de BH decidiu fazer uma manutenção no sistema, e, com isso, o intervalo das viagens no trecho Eldorado – Calafate passou de 15 minutos para 30 minutos até as 18h.

Como o show estava previsto para 20h (estava, porque só começou 21h10, sob a justificativa da necessidade de dar tempo para o público entrar por causa da dificuldade logística), esse nem foi o maior problema, tendo afetado principalmente quem gostaria de chegar mais cedo no estádio, uma vez que os portões abriam às 16h.

O principal problema no entanto foi o horário de encerramento das atividades do metrô. Diferente de dias de jogo e até mesmo da Black Friday, o transporte não teve horário estendido e parou de funcionar às 23h. Detalhe: o show só acabou faltando 10 minutos para meia-noite. Consequência: milhares de pessoas demandando transporte por aplicativo simultaneamente e as tarifas nas alturas por causa da demanda em alta. Uma viagem para bairro perto do Centro de BH saía por R$ 200, mas nem quem topasse pagar o valor tinha facilidade para encontrar um carro.

Para piorar, o trânsito de carros que poderia ser facilitado com uma parcela dos beatlemaníacos optando pelo metrô ficou ainda mais caótico, uma vez que a única opção de transporte para os 42 mil eram carros pequenos, sejam eles próprios ou de aplicativos. A principal vantagem logística da Arena MRV em relação ao Mineirão simplesmente não foi usada.

Aqueles que tiveram a possibilidade de ir de carro, tiveram que pagar R$ 140 no estacionamento próprio do estádio ou R$ 100 nos locais próximos. Em dia de jogo do Galo, o preço é de R$ 70, enquanto nos arredores é de R$ 50.

Em relação a táxis, a maioria dos carros vistos lá estavam com corridas já fechadas antecipadamente aguardando os passageiros, enquanto os poucos disponíveis cobravam valores fixos e muito acima da tabela. Em nota, a Prefeitura de BH diz que “todos os taxistas devem usar o taxímetro durante a prestação do serviço, e o usuário pode reclamar de cobranças abusivas ou irregulares realizado pelo serviço de táxi por meio do Portal De Serviços da PBH”.

Sobre a operação dos ônibus, na divulgação do esquema especial de trânsito a Prefeitura de Belo Horizonte informou somente quais as quatro linhas que operavam no entorno da Arena MRV (4031, 4033, 3053 e 9414), sem previsão de linhas especiais para atender ao público e repetindo a dificuldade logística de grandes shows e festivais no Mineirão, que pessoas se aglomeram por horas à espera de um carro de aplicativo.

Detalhe: como o show atrasou por problema logístico, só uma das quatro linhas informadas funcionava de madrugada. Um ônibus da linha 4031 (Santa Maria / Hospitais) passava 0h30 e outro só 2h10.

Em nota, assessoria do show afirma que “toda a operação das vias públicas é definida e realizada pelos órgãos públicos competentes”.

O BHAZ procurou a Metrô BH, empresa que administra o transporte na capital mineira, e aguardo retorno sobre o não funcionamento no dia de um show internacional no estádio.

João Lages[email protected]

Repórter no BHAZ desde setembro de 2023. Jornalista com 4 anos de experiência em veículos de comunicação. Fez cobertura de casos que têm relevância nacional e internacional. Com passagem pela RecordTV Minas, também foi produtor e editor de textos na Record News.

Pedro Rocha Franco[email protected]

Pedro Rocha Franco é jornalista desde 2007 e estudante de ciências sociais. Foi repórter do jornal Estado de Minas, editor do portal O Tempo e head de digital da Itatiaia. Hoje é gerente executivo do BHAZ. Além disso, colaborou com UOL e Repórter Brasil.

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