Paul McCartney faz quarto show em BH, adota mineirês e deixa gostinho de bis: ‘até a próxima’

Paul McCartney tocando piano em show na Arena MRV em BH
Paul McCartney toca piano em show na Arena MRV (Foto: Pedro Rocha Franco)

No Brasil, Belo Horizonte é provavelmente a cidade mais beatlemaníaca. Provavelmente porque são mais de 5 mil municípios país afora e não tem uma pesquisa pra cravar a hipótese. Dos shows no Pau & Pedra, na Livraria da Travessa e no Jack Rock Bar às incursões de Marcos Gauguin, Aggeu Marques, Vlad Magalhães, Eduardo Gallo, Beto Arreguy e outros dos integrantes da bandas Hocus Pocus e Sgt Peppers à acirrada disputa em Liverpool pelo título de melhor cover dos Beatles é possível, sim, cravar a afirmação. E toda essa paixão se confirmou nessa segunda-feira na quarta apresentação de Paul McCartney em BH. Mais um show pra ficar guardado, e, apesar dos 81 anos, com gosto de bis: “até a próxima”, disparou Paul ao fim do show dando a entender que pode ter a quinta apresentação na capital mineira.

No segundo espetáculo da turnê Got Back em Belo Horizonte, na noite dessa segunda-feira, Paul repetiu a fórmula em uma Arena MRV igualmente cheia. Simpático, o ex-beatle cumprimentou a plateia com “boa noite, eu estou aqui, uai” e disse que tentaria falar um pouquinho de português, “só um cadinho”. E assim foi. O multi-instrumentista comandou o público com frases em português, algo difícil de recordar em show internacional no Brasil. Em Hey Jude, primeiro homens e depois só mulheres seguiram o coro de na-na-na-na para no final “todos juntos” cantarem o clássico a pedido do artista, que até um “trem bão” soltou aleatoriamente após uma das canções.

Na pista, além dos milhares de fãs anônimos, outros bastante conhecidos e influenciados pelos Beatles, como Milton Nascimento e Lô Borges, que fundaram o Clube da Esquina, um movimento que respirou bastante de John, Paul, George e Ringo, Marco Túlio e PJ, do Jota Quest, Fernanda Takai e John, do Pato Fu, e os titãs Paulo Miklos e Charles Gavin, que fazem hoje em BH o último show da banda com formação completa em solo mineiro.

No palco da Arena MRV, Paul não se restringiu à fase dos Beatles, e mesclou músicas da banda com fase solo. A cada olhar para o lado, dava para ver um beatlemaníaco dançando empolgadamente Love Me Do, chorando de emoção com o celular ligado em Let It Be e Hey Jude e dando socos no ar com Live and Let Die em meio a um show de luzes, fogos de artifício e chamas no palco.

Em relação à noite anterior, mudou pouco o setlist. Apenas três músicas diferentes. Em vez de abrir com Can’t Buy Me Love, a primeira canção foi A Hard Day’s Night. No meio do show Queenie Eye substituiu New, e, já no bis, Birthday, que havia sido tocada no domingo, deu lugar a Saw Her Standing There.

E o show em BH não se restringiu a Paul McCartney. Abe Laboriel Jr., baterista da banda que acompanha o beatle, mostrava desenvoltura na bateria ao tocar com uma só mão durante todo o show, uma vez que está com o pulso lesionado. E ele ainda voltou a requebrar ao som de Dance Tonight e arrancar aplausos efusivos do público. O trio de metal iniciou o show da arquibancada, e muitos miraram seus celulares para eles. O guitarrista Rusty Anderson encantava o público com seus solos.

Além daqueles literalmente presentes, John Lennon apareceu no palco em Get Back, I’ve Got a Feelling e foi homenageado por Paul em Here Today, assim como George Harrisson, que foi lembrado em Something, quando o ex-beatle entoou o clássico no ukulele, um dos instrumentos tocados por ele na noite, que ainda teve guitarra, baixo, violão, bandolim e piano.

Beagá já fez até campanha para Paul vir falar ‘uai’ depois da segunda aparição do ex-beatle no Brasil, em 2010. Deu certo. Ele veio. E voltou. E voltou de novo, para delírio dos milhares de maníacos pela banda em solo mineiro, que, além dos covers já citados curtiram nos palcos da cidade Free As A Beatle, Anthology, 3 Of Us, Yesterdays, Revolver e muitas outras mais. Agora é aguardar a próxima vinda de Paul a BH, e que o “até a próxima” do final do show não seja só o estilo mineiro do ex-beatle de marcar uma data só por marcar.

Pedro Rocha Franco[email protected]

Pedro Rocha Franco é jornalista desde 2007 e estudante de ciências sociais. Foi repórter do jornal Estado de Minas, editor do portal O Tempo e head de digital da Itatiaia. Hoje é gerente executivo do BHAZ. Além disso, colaborou com UOL e Repórter Brasil.

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