Mais que o palco da despedida: Skank e Mineirão caminham juntos desde o início da banda

skank mineirão
A banda tem uma ligação profunda com o Gigante da Pampulha (Skank/Divulgação)

Até os fãs menos “alucinados” sabem que há um consenso sobre o lugar ideal para a despedida do Skank: o Mineirão. Desde o início dos 30 anos de carreira da banda mineira, o futebol e o estádio caminham junto à trajetória do grupo, que fez o último show histórico no Mineirão.

A afirmação não é exagero: logo no álbum de estreia do Skank, há um campo de futebol desenhado na capa. O disco “Skank” (1993) trouxe o futebol na música “Cadê o Penalty?”, uma versão da canção de Jorge Ben Jor.

Para completar, os músicos mineiros são torcedores fanáticos dos principais times de BH. O cantor e guitarrista Samuel Rosa e o tecladista Henrique Portugal são cruzeirenses; o baterista Haroldo Ferretti e o baixista Lelo Zaneti são atleticanos.

Então, tendo o Mineirão como palco (com o perdão do trocadilho), o “casamento” entre Skank e futebol não poderia ser mais feliz. Nesta matéria, o BHAZ conta detalhes sobre a relação da banda com o principal estádio de Minas Gerais, passando por músicas, shows e curiosidades.

Músicas

Esmola

  • Disco: Calango
  • Ano de lançamento: 1994

“Esmola” denuncia a desigualdade social, passando a mensagem central de que “se o país não for pra cada um, não vai ser pra nenhum”. Em determinada estrofe da música do Skank, o eu lírico cita diversos lugares em que já viu pessoas pedindo esmola – um deles é o estádio Mineirão.

“Não vai não, não vai não, não vai não. No hospital, no restaurante, no sinal, no Morumbi, no Mário Filho, no Mineirão”…

É Uma Partida de Futebol [Clipe]

  • Disco: O Samba Poconé
  • Ano de lançamento: 1996

Já que o assunto é Skank e Mineirão, é impossível não se lembrar do clipe de “É Uma Partida de Futebol”. Pouco antes de um clássico entre Atlético e Cruzeiro, ocorrido em 1997, houve um amistoso que reuniu os integrantes do Skank, outros músicos, ex-jogadores e celebridades.

O vídeo mostra trechos de ambos os estilos: a “pelada” e o jogo oficial. E é claro que as torcidas não ficariam de fora. O clássico, válido pelo campeonato estadual, ocorreu diante do estádio lotado e terminou empatado por 1 a 1. Naquele ano, o Cruzeiro foi campeão do torneio.

DVD do Skank no Mineirão – 2010

No dia 19 de junho, a banda gravou o DVD “Multishow Ao Vivo – Skank no Mineirão”. No álbum duplo, são 31 músicas: 21 do roteiro original da apresentação, 8 canções do BIS e duas versões em estúdio.

A capa do disco apresenta uma imagem do fotógrafo Paulo Albuquerque, datada de 5 de setembro de 1965. A data marca a inauguração do estádio. O projeto gráfico foi feito por Marcus Barão, que já havia feito diversas outras capas de álbuns da banda mineira.

Mais de 50 mil pessoas estiveram presentes no show memorável do Skank no Mineirão. Esse foi o último evento antes do fechamento do estádio para as reformas para a Copa do Mundo de 2014.

Divulgação/Skank

‘Causo’ de Samuel Rosa

Durante a produção do DVD em 2010, o cantor e guitarrista Samuel Rosa contou um “causo” que ilustra sua paixão pelo futebol, colocada frente a frente com a paixão pela música.

Aos 15 anos de idade, Samuel se viu diante de um dilema: ir ao show do cantor Peter Frampton no Mineirinho, ou ao jogo do seu time no Mineirão? Assista e descubra o que ele decidiu fazer.

Live no Mineirão – 2020

Uma década após a gravação do DVD histórico no Gigante da Pampulha, a banda retornou ao estádio em um cenário bem diferente. Em meio à pandemia de Covid-19, diante de um Mineirão vazio, o Skank tocou músicas que haviam agitado o público inúmeras vezes.

Ao longo de mais de 20 sucessos da banda mineira, a apresentação foi transmitida ao vivo na internet e somou milhares de visualizações simultâneas.

Show de despedida

Agora, em 2023, a banda se despede dos palcos. E o Mineirão foi o lugar escolhido para sacramentar o último show do grupo.

Os integrantes do Skank anunciaram em 2019 a separação e viajaram o Brasil com a Turnê de Despedida. Ela foi iniciada em 2020, mas interrompida pela pandemia da Covid-19.

Desde a volta dos eventos, o projeto passou por dezenas de cidades e terá o gran finale, hoje, em Belo Horizonte, cidade-natal dos quatro integrantes da banda.

Em novembro de 2022, ao anunciar o último show no Mineirão, a banda comunicou: “O lugar não poderia ser outro”. E não poderia mesmo.

Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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