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Sonastério recebe Rodrigo Alarcon para gravação de EP: ‘Sentimento de dever cumprido’

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Artista despontou na cena com música "Apesar de Querer"(André Greco Amaral/Divulgação)

Cravado nas montanhas das Gerais, o estúdio Sonastério preserva parte significativa da riqueza musical produzida em Minas. E vai além. É referência ativa na produção de conteúdo sonoro a nível nacional. Em outubro, o Sonastério divulgou o terceiro episódio da série Sonas Sessions, que convida destaques da música brasileira a uma imersão potente no espaço de liberdade criativa que o estúdio cultiva. A MPB de Rodrigo Alarcon foi o destaque da vez.

Cantor e compositor paulista, Rodrigo Alarcon trilha uma carreira pautada na expressividade do cotidiano. Talvez por isso venha sendo aclamado como uma das principais caras da nova música popular brasileira. Legado pesado de suportar, mas que Alarcon sustenta bem. Pela faixa “Apesar de Querer”, que acumula mais de 30 milhões de reproduções nas plataformas digitais, o artista reivindicou seu espaço nas playlists, rádios e palcos do país.

A convite do Sonastério, o músico pinta, agora, no terceiro episódio do Sonas Sessions, o projeto de culto audiovisual à produção musical. Tianastácia e Nath Rodrigues foram os nomes do primeiro e segundo episódios respectivamente. Em conversa exclusiva com o Rolê BHAZ, Alarcon destacou que a oportunidade foi encarada com entusiasmo, afinal, para além de um espaço de exposição do trabalho, foi lá onde “muitos dos meus ídolos já passaram”, disse.

Leia a entrevista com Rodrigo Alarcon na íntegra

Rodrigo, fale mais sobre seu processo de criação. Como suas músicas surgem?

Cada música pede uma coisa, né? Eu tento não me regrar, cada obra pede um jeito de surgir. Então eu não não ponho muita regra, não. Mas normalmente vem tudo junto. A maioria delas, tipo “O Lado Vazio do Sofá”, que foi meu primeiro, veio junto. “Apesar de Querer” também veio junto, tudo de uma vez só. Mas tem música que demora umas semanas pra acontecer, porque eu fico lá na melodia e não sei o que escrever. Tem música que vem de uma vez, numa só, então não tenho muita regra no processo, não.

Talvez por isso suas músicas tenham uma força muito grande, né? Capaz de construir uma ligação muito forte com quem ouve. Ela surge do interior e você canaliza.

Isso. Elas surgem de um pensamento que eu deixo vir com harmonia e melodia. É o que a obra me pede, o que a música tá pedindo, mais do que eu quero colocar nela.

Falando agora do Sonas Sessions: a proposta desse projeto do Sonastério é de ser mais intimista. Isso dialoga bastante com as suas composições. Como surgiu a ideia de gravar um EP lá?

Partiu de um convite do Sonastério e pra gente foi ótimo, porque a gente queria muito fazer um registro ao vivo que tivesse sentido. A gente já tá com o show do “Rivotril e a Fé”, meu último álbum, rodando o ano todo, e lá foi a oportunidade de registrar algumas dessas canções que ao vivo funcionam muito bem, mas que às vezes não performam tão bem nas plataformas porque são lado B do disco. Então a gente escolheu mais ‘lados Bs’ do que músicas mais famosas pra gravar nesse Sonas Session, justamente pra mostrar que os arranjos do show funcionam muito. E sem dúvida funcionam. O EP já tá passando dos 150 mil plays com pouco tempo de lançamento, tô bem feliz.

Falando um pouco do espaço, o Sonastério é um pedaço da história de Minas Gerais. Por lá já passaram grandes nomes da música, como Criolo, Milton Nascimento, Gal Costa, entre tantos outros. Como é que foi gravar naquele lugar?

É uma honra, né? Eu me sinto realmente honrado. Eu tentei puxar essa energia de tudo que veio de lá, de todas as pessoas massas que passaram por lá. Para mim, estar no lugar onde Milton Nascimento passou já é muito enquanto artista independente. É muito maravilhoso gravar no estúdio, onde grande parte das coisas que eu escuto, escutei e que realmente me inspiram foi gravada de alguma forma, né? Eles passaram por lá, então eu tenho esse sentimento de dever cumprido, de missão cumprida, de ‘cara, olha onde eu cheguei com a minha música, um estúdio onde Gal Costa, Milton Nascimento, Skank, todo mundo já passou por lá’, sabe?Então eu fico honradíssimo. Eu via os vinis na parede lá e ficava bobo de pensar ‘olha quem passou por aqui’.

Voltando a falar do EP, ele tem cinco faixas: “Segunda”, “Carta Que Não Diz”, “Cara a Cara”, “A da Castanha” e “Dia Seguinte”. Como foi o processo de escolha dessas faixas?

Pois é, a gente vem com essa turnê já tem um ano mais ou menos, e a gente vem sentido nos shows que alguns arranjos funcionavam muito bem, que a galera curtia, dançava. E quando rolou o convite do Sonastério, a gente pensou ‘vamos colocar o quê lá? Tem muita música que já performa bem nas redes’, então demos atenção pra outras, que nos shows a gente via que funcionava muito, então vieram essas. Ao vivo os fãs cantam com muita força, o arranjo de banda ao vivo traz um peso diferente do estúdio, então foi esse o processo de escolha.

Pra fechar, tem coisa boa vindo pela frente?

Tem coisa boa vindo por aí! Eu não posso falar muito porque ainda tem muita coisa a ser acertada, então não dá pra prometer data. Sou muito capricorniano pra isso. Quero que tudo esteja muito acertado para que, quando esses trabalhos caírem no mundo, a obra caminhe com as próprias pernas. Então fiquem de olho nas redes, logo logo tem novidade. Nesse final de ano não tem show em BH, mas no ano que vem a gente tá de volta.

E essa coisa boa é disco?

Fica no ar… (risos). Prefiro realmente só soltar quando o barco já estiver no rumo. Estamos em turnê, estamos trabalhando paralelamente em lançamentos, então fiquem de olho: logo tem coisa nova!

Confira o terceiro episódio da série Sonas Sessions, com Rodrigo Alarcon.

Thiago Cândido

Aluno de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais. Repórter no BHAZ e colunista no programa Agenda, da Rede Minas de Televisão.
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