Minas Gerais ultrapassou, neste domingo (21), a triste marca das 22 mil mortes provocadas pela Covid-19. Dessas, 243 foram registradas somente nas últimas 24 horas – uma média de mais de 10 por hora. Os números são do boletim epidemiológico mais recente, divulgado pela SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais). No mesmo período, o estado confirmou outros 9,5 mil casos da doença, totalizando 1.033.562 diagnósticos desde o início da pandemia.
Entre os infectados, a maioria são mulheres e as idades com maior índice de contaminação só ilustram as preocupações confessadas por especialistas e autoridades desde que o estado entrou na “nova fase” da pandemia – com casos de reinfecção e novas cepas do vírus. É que, apesar de as vítimas fatais ainda serem, em sua maioria, idosos, o cenário que se observa nos casos confirmados é bem diferente. Mais da metade dos mineiros com casos confirmados de Covid-19 têm entre 20 e 59 anos. Ou seja, os idosos morrem mais, mas são os mais jovens os principais contaminados.
Os dados mais recentes mostram ainda uma movimentação preocupante na base da pirâmide etária das infecções. As crianças e adolescentes – que, até pouco tempo atrás, não estavam nem perto dos principais alvos da doença – já representam mais de 7% dos infectados pela Covid-19 no estado.
Tempos difíceis à frente
Os números entram para os registros oficiais como uma comprovação do período mais difícil da pandemia até então. E a solução não parece estar num futuro próximo. Ainda neste fim de semana, o próprio governador Romeu Zema (Novo) afirmou que os próximos dias e o mês de abril devem ser ainda mais complicados no estado. Após o colapso do sistema de saúde, com leitos para tratamento de pacientes com Covid-19 cada vez mais escassos, agora é o risco de faltar oxigênio que acrescenta às preocupações.
Dias depois de uma ação do próprio secretário de estado de Saúde, Fábio Baccheretti, foi a vez de entidades que representam os municípios cobrarem uma ação do Ministério da Saúde para evitar uma tragédia de proporções ainda maiores. A AMM (Associação Mineira de Municípios) e a FNP (Frente Nacional de Prefeitos) acionaram o governo federal no início deste fim de semana para cobrar, com “extrema urgência” uma ação que ajude a evitar mortes por falta de oxigênio em municípios de Minas e de todo o país.
“É inaceitável assistirmos brasileiros e brasileiras em total desespero e morrendo por afogamento no seco ou que, conscientes, fiquem em deplorável situação”, disse a AMM. No comunicado, a associação afirmou ainda que a situação é crítica em todo o país e que “Minas Gerais não foge à regra”. “Prefeitas e prefeitos mineiros reivindicam emergencial solução pelo governo federal para que Minas Gerais não viva os horrores presenciados recentemente em Manaus”, concluiu.