Apesar de avanço nas negociações, greve dos professores da rede particular continua

Professores das escolas particulares estão em greve desde o dia 24 de abril

A greve dos professores das escolas particulares continua. A decisão foi tomada no final da tarde desta quinta-feira (26), em assembleia realizada no hall da Assembleia Legislativa de Minas. Embora a opção tenha sido pela continuidade do movimento, as negociações entre as duas partes continuam em andamento.

Pela manhã, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), houve uma reunião de conciliação na qual alguns pontos foram acertados. Durante a reunião, cerca de mil professores participaram de manifestação em frente ao Tribunal. Durante essa reunião, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep) voltou atrás e garantiu que vai assegurar aos professores o adicional extraclasse e intervalo entre as aulas, além das bolsas de estudo para os filhos de professores e pagamento do adicional por tempo de serviço.

Vice-presidente do Sinpro, Clarice Barreto, na assembleia que decidiu pela continuidade da greve (Fotos Henrique Coelho/BHaz)

Sindicato das escolas ofereceu reajusta pelo INPC

O sindicato ofereceu também reajuste salarial conforme a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Até então, o aumento previsto era de 1%, menor do que a inflação medida pelo índice. De acordo com a vice-presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), Clarice Barreto, existe uma contraproposta do Sinep no TRT, porém, ainda não oficial.

“Ela foi firmada na mesa de negociação com o desembargador. Porém não chegou nenhum ofício deles com uma nova proposta. Eles querem discutir dez itens, mas não garantem nada”, afirma. Entre essas dez cláusulas estariam as que regulam a transferência de professores de disciplina, a garantia de estabilidade do professor em  processo de aposentadoria e a redução da multa a ser paga pelas escolas em caso de descumprimento da convenção coletiva.

O professor Vitor Fernandes acredita que sindicato patronal deve entender que os professores não pedem regalias

Apoio ao movimento veio também de alunos

O professor de filosofia Vitor Fernandes é um dos que apoiou a continuação da greve. O profissional acredita que a proposta do Sinep foi feita como fazem os vendedores: “Pedem 100, pra ver se levam 50”. “O Sinep propôs desfazer toda a nossa convenção coletiva e nós demos a resposta de que não. Hoje, eles tentam interferir em mais alguns pontos, como nosso pedido de adicional extra-classe e o aumento de nosso salário. Então, a profissão, que é umas das mais importantes na nossa sociedade, é umas das menos valorizadas”, afirma.

Alunos das escolas particulares também firmaram presença na assembleia e declararam apoio ao movimento, como é o caso de Gabriel Lira. Ele lembra que, com a reforma trabalhista, muito dos direitos dos professores foram renegados, o que o fez pesquisar ainda mais o que estava acontecendo. “Quando fui ler a proposta patronal, vi que estavam tirando todos os direitos dos professores. Achei um absurdo”, disse ele.

Alunos de escolas particulares foram dar seu apoio à greve, entre eles Gabriel Lira, à direita

Nesta sexta-feira (27), na sede do Sinep, acontece reunião entre os dois sindicatos para discutir as dez cláusulas ainda em aberto. Na próxima segunda-feira (30), haverá nova audiência de conciliação no TRT para um possível fechamento dos termos da convenção coletiva.

Marcella Oliveira

Publicitária e redatora do portal BHaz.

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