A Polícia Militar suspendeu o treinamento com munições químicas na Academia da PM em Belo Horizonte após cerca de 30 estudantes do Colégio Tiradentes, no bairro Prado, serem atingidos por gás lacrimogêneo usado em uma formação de soldados nessa terça-feira (9).
Segundo a porta-voz da PM em Minas Gerais, major Layla Brunella, a utilização de gases do gênero é rotineira na Academia.
“Apesar disso, o coronel Eugênio, comandante da escola, instaurou um inquérito para verificar se houve alguma falha nessa execução, se o protocolo que está sendo seguido durante todos esses anos precisa ser revisto em algum ponto”, afirmou à imprensa.
Investigação
Em relação ao acidente de ontem, há duas frentes de investigação: uma técnica, que avalia procedimentos operacionais, como a falha nos equipamentos utilizados, e outra que investiga se há responsabilidade do instrutor que ministrava o treinamento.
Segundo o Corpo de Bombeiros confirmou que aproximadamente 30 alunos foram socorridos. A major destaca que ninguém ficou gravemente ferido. “Como a gente já colocou aqui, o efeito do agente é temporário, ele passa muito rápido”, acrescenta.
A suspensão do uso de munições químicas em treinamentos possibilita a revisão do protocolo. Também, segundo a PM, haverá uma avaliação para determinar se o ponto de treinamento ou o próprio colégio precisam ser realocados.
Recentemente, a Academia da PM registrou uma explosão de granada durante outro treinamento. A PM informa que o caso não tem relação com o ocorrido ontem, e que outros dois inquéritos foram abertos para averiguar as circunstâncias dessa explosão.
Relembre o caso
Os bombeiros se mobilizaram para atender estudantes do Colégio Tiradentes, na rua dos Pampas, no bairro Prado, região Oeste de BH, que entraram em contato com gás lacrimogêneo nessa terça-feira (9).
Segundo os militares, a substância atingiu adolescentes entre 14 e 17 anos. Alguns jovens estavam em aula e outros no pátio do colégio, que fica em um complexo militar com área de treinamento.
A situação foi controlada por volta das 9h50. Quatro jovens foram socorridos e encaminhados à UPA pelos bombeiros.
Dispersou do gás
Segundo a PM, “todo o gás utilizado fica retido dentro de barracas. Durante esse treinamento, com as entradas e saídas dessa barraca de gás, houve a dispersão de parte do agente químico”, disse a porta-voz.
“Por questão de vento, mesmo, de virada, essa nuvem se dispersa e vem parte dela para a quadra do colégio Tiradentes no momento em que havia a ‘chamada’ dos alunos”, disse.
De acordo com a major, tais agentes químicos causam dificuldade respiratória, além de ardência na garganta e outras sensações “temporárias”.
Assim, já que os alunos não estão acostumados, ficaram assustados com os sintomas e a escola prontamente acionou o socorro.
