Bêbado, homem joga acetona e coloca fogo na própria esposa enquanto dormia; violência doméstica assusta

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Polícia Militar fez o atendimento à vítima e prendeu o suspeito (FOTO ILUSTRATIVA: Amanda Dias/BHAZ)

Um homem de 50 anos foi detido na noite desse sábado (25) após colocar fogo na própria esposa, enquanto ela dormia, no bairro Lindéia, na região do Barreiro. O autor estava bêbado quando cometeu o crime e usou acetona para atear fogo na vítima.

A vítima, de 53 anos, relatou aos policiais militares que estava dormindo quando foi atacada pelo marido. Ele jogou acetona na cabeça, no rosto e no corpo da mulher e ateou fogo. Desesperada, a mulher gritou por ajuda e foi amparada por vizinhos, que acionaram a Polícia Militar.

Ela teve queimaduras generalizadas pelo corpo, rosto e cabelos, mas, segundo a PM, foi internada no hospital João XXIII, após receber os primeiros socorros na UPA Barreiro, e não corre risco de morrer. Já o homem admitiu o crime, ainda conforme os militares, e foi preso.

A motivação do autor para o ato seriam motivos fúteis.

Preocupação

Uma preocupação constante das autoridades, a violência doméstica contra a mulher elevou o temor dos órgãos nesta quarentena. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou nesse sábado (25) que criou um grupo de trabalho para elaborar sugestões de medidas emergenciais para prevenir a violência doméstica.

Segundo o órgão, a medida foi tomada justamente após a confirmação do aumento dos casos registrados contra a mulher durante o isolamento social, em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O grupo vai elaborar um diagnóstico da situação e propor o aperfeiçoamento da legislação que trata do tema. Entre as recomendações, o CNJ destacou a a adoção de medidas que garantam maior rapidez e prioridade no atendimento das vítimas de violência doméstica e familiar no Poder Judiciário.

“Também devem apresentar propostas de políticas públicas judiciárias para modernizar e dar maior efetividade no atendimento das vítimas de violência doméstica durante o período da quarentena”, informou o CNJ.

O grupo tem prazo de 60 dias para apresentar a conclusão dos trabalhos.

Álcool

Outro elemento presente nessa ocorrência do Barreiro preocupa as autoridades: o consumo exacerbado de álcool. Há uma semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação com o tema. “O álcool não protege contra a Covid-19, o acesso deve ser restrito durante o confinamento” é o título de um artigo que a entidade publicou em sua página na internet.

A presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Renata Brasil Araújo, afirma que, inicialmente, a bebida parece trazer euforia, mas, depois, diminui a ativação do freio do cérebro, chamado de lobo pré-frontal.

As pessoas ficam com efeitos de mais sedação, mas um efeito colateral é o aumento da impulsividade. E “ficando sem freio”, pode ocorrer um aumento nos índices de violência, em especial, a doméstica e no número de feminicídios.

“Como essa parte do freio do cérebro não está funcionando muito bem, a pessoa fica mais impulsiva, mais intolerante. Se houver intervenção de alguém da família no sentido de parar de beber, isso por si só já gera um descontentamento e uma reação”, advertiu a presidente da Abead.

Atendimento on-line

Preocupada com o crescimento do consumo do álcool no país, a Abead lançou a campanha #sejaluz, para mostrar coisas positivas na internet, como os botecos virtuais, e orientando a respeito dos cuidados não apenas com o álcool, mas com o tabaco e outras drogas nessa fase de quarentena. “Porque é algo que a gente, provavelmente, vai pagar um custo para isso” acrescenta Renata Brasil Araújo.

Em outra frente, a Abead montou um trabalho voluntário com psiquiatras associados para atender, gratuitamente, até o próximo dia 26, dependentes químicos e seus familiares, pelas redes sociais. O foco são as pessoas de baixa renda que não teriam acesso a tratamento no curto prazo e que na ação recebem orientação em casa.

O serviço pode ser acessado pelo Facebook ou Instagram da associação, ou pelo número de ‘Whatsapp’: 51-980536208, pelo qual as pessoas podem marcar consulta e recebem o telefone do terapeuta, psicólogo ou psiquiatra. O atendimento é diário, das 8h às 22h.

Com Agência Brasil

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