Cantora denuncia motorista de app por homofobia em BH: ‘Se a gente se calar as coisas vão continuar’

Amanda e Ludmila fizeram boletim de ocorrência na PM
Casal voltava do trabalho quando o fato aconteceu (@amandaversusoficial/Instagram/Reprodução)

Uma cantora denunciou o crime de homofobia após uma corrida da Uber, no Centro de Belo Horizonte, na noite dessa segunda-feira (2). Amanda Versus, de 31 anos, e a namorada Ludmila Legnani, de 20, voltavam do trabalho quando o fato aconteceu. O motorista suspeito foi banido pela Uber.

Ao BHAZ, a artista, que também é advogada, disse estar abalada e relembrou os momentos. “Minha namorada saiu do serviço e foi até o local onde trabalho para me buscar. Quando entrei no carro, nos cumprimentamos com um selinho e a viagem continuou com a gente conversando normalmente, sem fazer nada de mais”, revelou.

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A homofobia teria ocorrido após Ludmila contar para Amanda sobre uma dor que sentia no pescoço. “Ela falou comigo: ‘nossa amor, tô com muita dor nas costas’. Perguntei onde era. Ela mostrou que era perto do pescoço e fui fazer uma massagem, porém ela não aguentou devido às dores”.

Amanda agradeceu as mensagens recebidas (@amandaversusoficial/Instagram/Reprodução)

Neste momento, segundo a cantora, o motorista do veículo, que já realizou quase 6 mil viagens e era bem avaliado, pediu para que elas parassem. “Ele virou dizendo: ‘pode parar vocês duas. Podem ficar cada uma num canto. Eu não aceito isso'”, disse. Amanda lembra que a namorada tentou argumentar com o condutor dizendo que elas não faziam nada demais.

A atitude homofóbica do motorista deixou Amanda indignada, tanto que ela pediu para que ele encerrasse a corrida. “Ele ainda nos impediu de chamarmos uma a outra de ‘amor’. Falei pra ele encerrar a corrida e ele parou o carro na altura da Afonso Pena”, acrescentou.

‘Não durmo desde ontem’

Pelas redes sociais, Amanda compartilhou a homofobia sofrida e pediu para outras pessoas não se calarem, caso sofram algo parecido.

“Se a gente se calar pra esse tipo de gente, as coisas vão continuar desta forma. Ele foi desrespeitoso com a pessoa mais errada. Em mais três minutos (de viagem), ele poderia ter nos deixado em casa e guardado a opinião (homofóbica) para ele”, declarou.

O casal lida diariamente com preconceitos, conforme Amanda. “A gente sofre com palavras, olhares, mas nunca tínhamos passado por isso. Se fosse um casal hétero será que haveria tal reação? Estou muito abalada e desde ontem não durmo”, complementou.

O casal registrou um boletim de ocorrência e agora pretende procurar a Justiça.

Outro lado

A Uber informou, por meio de nota, que não tolera qualquer forma de discriminação em viagens realizadas em sua plataforma. O motorista foi banido e a empresa está à disposição para colaborar com as autoridades, nos termos da lei.

“A Uber defende o respeito à diversidade e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e justiça para todas as pessoas LGBTQIA+”.

Nota na íntegra

A Uber não tolera qualquer forma de discriminação em viagens realizadas em sua plataforma. O motorista foi banido e estamos à disposição para colaborar com as autoridades, nos termos da lei.

A Uber defende o respeito à diversidade e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e justiça para todas as pessoas LGBTQIA+.”

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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