Forças Integradas de Segurança de Minas Gerais estão reunidas em Brumadinho na manhã desta segunda-feira (28) com os militares do Exército de Israel que chegaram na noite deste domingo para colaborar nas buscas às 305 pessoas que são consideradas sem contato desde a sexta-feira (25), quando houve o rompimento das barragens 1, 4 e 4A, da mineradora Vale S.A., na Grande Belo Horizonte. O emprego de tecnologia, radares e sonares é a grande aposta nesta manhã para rastrear sinais de celulares de vítimas.
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), por meio do Comando de Aviação do Estado (Comave), fez reconhecimento do local com alguns militares israelenses para traçarem as ações desta segunda-feira.
O porta-voz do governo israelense, Golan Vach, informou que eles já têm um mapeamento do local para começar a usar radares terrestres e localizadores de celular, que emitem sinais. “Consideramos que já se passaram 60 horas do acidente e muitos aparelhos podem estar sem bateria. Com essa lama, acreditamos que os radares consigam localizar sinais de até 3 metros de profundidade”, informou.
Vach disse ainda que sua “primeira impressão foi a de que os bombeiros de Minas estão fazendo um ótimo trabalho e estamos muito felizes de ver como eles atuam”. “O trabalho é feito num local muito complicado e perigoso. O primeiro passo dessa força-tarefa é encontrar pessoas vivas, usando a tecnologia dos aparelhos para localizar o sinal de celulares. “, explicou.
Duas frentes de trabalho
O porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG), tenente Pedro Aihara, informou que o grupo de trabalho foi dividido em dois: do pontilhão férreo levado pela lama para baixo, atuam as forças brasileiras; na área do pontilhão para cima, onde estavam as áreas administrativas da Vale e o refeitório, atuarão as forças brasileiras e israelenses, coordenadas pelo CBMMG.
“Acreditamos que os equipamentos de sonares terão capacidade de localizar sinais e vítimas em até 5m de profundidade. Os israelenses solicitaram análises da composição da lama, para que seja possível mapear melhor o local”, comentou Aihara, durante entrevista a GloboNews às 9h20 desta segunda.
ônibus e refeitório
Sobre um outro ônibus localizado na noite de domingo (27), Aihara explicou que a área tem muita lama e que o acesso a ele é difícil. “Para acessar o veículo, os bombeiros precisam abrir um canal pela lama, fazer um escoramento de segurança, para não colocar em risco os homens que estão na operação. Ainda não temos como afirmar quantas pessoas estariam dentro do ônibus. Sobre a área do refeitório da Vale, também não tivemos acesso ainda. Ele pode ter sido deslocado muito à frente do local original. Essa chance é enorme, então estamos primeiro ampliando o perímetro da área de trabalho, para traçar como vamos chegar lá”, acrescentou.
De acordo com Aihara, trabalham no local nesta manhã 270 bombeiros militares e 136 militares de Israel.
Policiamento na região
O major Flávio Santiago, da PMMG, informou que há presença de grupos de operações de choque e policiamento especializado na região. “Nosso primeiro objetivo é salvar vidas e o patrimônio está em segundo plano, por isso, estamos mantendo rondas na cidade constantes, para que não haja saques ou ameaças à população.”
Santiago voltou a falar de possíveis golpes de estelionato envolvendo pedidos de doações em dinheiro para as vítimas de Brumadinho, conforme já havia mencionado. “Vale lembrar que a população deve se manter alerta a possíveis golpes, de grupos solicitando doações em dinheiro.”
