Após mais de 19 horas de reunião, o Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) aprovou, por 8 votos a 4, o licenciamento do CMST (Complexo Minerário Serra do Taquaril) que prevê a mineração em mais de 100 hectares da Serra do Curral. A votação aconteceu durante a madrugada deste sábado (30).
Elaborado pela mineradora Tamisa (Taquaril Mineração S.A.), o projeto possibilitará a lavra a céu aberto de minério de ferro no local, além da instalação de uma unidade de tratamento de minerais, pilhas de rejeito e também bacias de contenção de sedimentos.
A área prevista para a instalação do complexo é adjacente à serra do Taquaril e está localizada na divisa dos municípios de Nova Lima, Sabará e Belo Horizonte. Veja como votaram os conselheiros:
A favor:
- Verônica I. Cunha Coutinho – Segov (Secretaria de Estado de Governo);
- Maria Eugênia Monteiro – Sede (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico);
- Joana Moraes Rabelo Horta L. – Sedese (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social);
- Paulo Eugênio de Oliveira – Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais);
- Claudinei Oliveira Cruz – ANM (Agência Nacional de Mineração);
- Denise Bernardes Couto – Sindiextra (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas);
- Thiago Rodrigues Cavalcanti – Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais);
- Carlos Orsini Nunes de Lima – SME (Sociedade Mineira de Engenheiros).
Contra:
- Paulo Pedro Ribeiro – Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis);
- José Ângelo Paganini – Fundação Relictos;
- Tobias Tiago Pinto Vieira – Associação Promutuca;
- Valter Vilela Cunha – Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental).
‘Vamos acionar a Justiça’
Pelas redes sociais, a vereadora Duda Salabert (PSD), que esteve à frente de movimentos contrários à mineração na Serra do Curral, lamentou a decisão. A parlamentar afirmou, ainda, que vai recorrer judicialmente.
“Vamos acionar a justiça a fim de anular a reunião de ontem que aprovou o projeto de mineração que quer destruir uma área do tamanho de 1.200 campos de futebol na Serra do Curral. Ficou escancarada a ilegalidade e imoralidade dessa reunião”, escreveu a parlamentar.
O BHAZ procurou a Tamisa para obter um posicionamento sobre o assunto e aguarda o retorno. Tão logo a mineradora se manifeste, esta matéria será atualizada.
‘Tira o pé da minha Serra’
Durante a semana, diversas entidades e movimentos sociais se mobilizaram contra a aprovação do CMST. Na visão dos colaboradores da campanha “Tira O Pé Da Minha Serra”, a ação será prejudicial ao meio ambiente em diferentes níveis (veja aqui).
“O empreendimento vai destruir o que resta da Serra e afetar a saúde e a qualidade de vida da população. É um projeto considerado de alto impacto ambiental – enquadrado na classe 6, a categoria mais alta na legislação”, diz o movimento.
Em uma plataforma online, moradores da Grande BH puderam enviar mensagens públicas aos integrantes da Copam, pedindo pela não aprovação do projeto. “”Não queremos mais um megaprojeto de mineração! É dever do Conselho atuar para proteger nossos ecossistemas, cuidando das nascentes, rios e áreas verdes que ainda restam em nossas cidades”, escreveu uma pessoa no site do projeto.