Delegada se tranca em apartamento em BH, faz disparos e negociações passam de 24 h

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A Polícia Civil está a quase 24 horas em negociação com a delegada Monah Zein, que se trancou dentro do apartamento nessa terça-feira (Asafe Alcântara/BHAZ)

A Polícia Civil de Minas Gerais está há mais de 24 horas em negociação com a delegada Monah Zein, que se trancou no próprio apartamento na manhã dessa terça-feira (21) no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha. Segundo os agentes, a mulher teria feito disparos de arma de fogo dentro do imóvel.

Nas redes sociais, Monah fez várias postagens denunciando supostos abusos sofridos por ela dentro da corporação. Nas mensagens, ela pede que os policiais saiam da porta do apartamento. Uma equipe da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) entrou no condomínio na manhã de hoje (22).

Em uma live, Monah conta que policiais chegaram na porta da casa dela por volta das 9h da manhã de ontem depois que ela avisou que não iria mais trabalhar. A delegada disse ter decidido que “não vai mais viver nesse inferno”.

“São 23h e eles continuam na porta, fazendo eu parecer louca, dizendo que só vão embora quando eu abrir a porta, porque precisam me ajudar. Eu preciso que alguém chame a PM porque tem violadores da lei desde as 9h na porta de uma delegada de polícia fazendo esse teatro”, escreveu ela.

Ainda na noite de ontem, Monah disse que sairia do apartamento nesta manhã para “conseguir alguém que a proteja da polícia”. “Minha vida só corre risco enquanto estão aqui em horário que nem com mandado pode estar na casa de bandido”, disse.

Postagens foram feitas na noite de ontem (Reprodução/Instagram)

Polícia Civil não fala sobre denúncias

Em nota, a Polícia Civil disse que a delegada teria feito disparos com uma arma de fogo após se trancar dentro do apartamento. Não houve feridos.

“A situação segue sendo acompanhada pelas equipes de negociação da PCMG, com auxílio do Centro de Apoio Biopsicosocial da Polícia Civil, Corregedoria Geral de Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência”.

A corporação não se manifestou, contudo, a respeito das denúncias feitas pela delegada e nem explicou os motivos do afastamento dela da polícia. O BHAZ procurou o Sidpol-MG (Sindicato de Policiais Civis de Minas Gerais) para saber se o caso está sendo acompanhado e aguarda o retorno.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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