Após decisão da Justiça, o metrô de Belo Horizonte funciona em escala mínima desde a manhã deste sábado (27). A CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) informou, na noite dessa sexta-feira (26), os intervalos entre as viagens a serem seguidos durante a greve dos servidores.
O Sindimetro-MG (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais) se reuniu ontem em assembleia e decidiu cumprir a determinação do TRT-MG (Tribunal Regional do Trabalho) que prevê uma escala diária mínima de 60% dos trens durante a greve.
De acordo com a CBTU, as bilheterias do metrô voltaram a funcionar hoje, das 5h40 às 23h. As estações estarão abertas das 5h15 às 23h para quem já possui cartão ou bilhete do metrô.
Enquanto durar a greve, ainda segundo a companhia, os intervalos entre trens vai aumentar, já que o número de viagens é menor:
- Aos sábados, os trens terão intervalo de 20 minutos até 12h (meio-dia) e 25 minutos após este horário.
- Aos domingos e feriados, o intervalo entre trens será de 28 minutos, durante todo o dia.
- Nos dias úteis, o intervalo será de 9 minutos nos horários de pico e 25 minutos nos horários de vale.
A CBTU ainda reforça que, no caso do metrô de BH, o horário de pico da manhã é das 6h às 8h30, e o horário de pico da tarde é das 16h30 às 19h.
Decisão judicial
A decisão do vice-presidente do TRT-MG pelo cumprimento de escala mínima durante a greve foi tomada na tarde de quinta-feira (25) durante audiência de tentativa de conciliação entre a CBTU e o sindicato dos metroviários de BH.
Além da escala mínima, a decisão ainda determina o funcionamento de 100% do serviço de segurança metroviária. A multa diária estipulada em caso de descumprimento é de R$ 35 mil.
Entenda
O metrô de BH entrou em estado de greve geral na meia-noite de quinta-feira. O anúncio foi feito pela categoria depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, em plenário, as condições para a privatização da CBTU.
“Não temos outra alternativa. TCU libera a privatização do metrô, as consequências serão demissão dos concursados e aumento da passagem em dobro. Isso é ruim para todos os trabalhadores que precisam do Metrô que foi construído com dinheiro público e agora será doado para empresários sedentos de lucro”, publicaram os trabalhadores da categoria nas redes sociais.
O projeto de desestatização, aprovado na quarta-feira (24), prevê um investimento de R$ 2,8 bilhões ao metrô de BH por parte do governo federal e um aporte de R$ 428 milhões do governo estadual.
Os investimentos totais são estimados em R$ 3,7 bilhões e serão complementados pela iniciativa privada, que terá o direito de exploração da concessão do serviço ao longo do contrato de 30 anos.