A deputada federal Erika Hilton (Psol) acionou o Ministério Público Federal (MPF) para denunciar a conduta do pastor Lucinho Barreto, da Igreja Batista da Lagoinha de Belo Horizonte. O religioso virou alvo de polêmica após dizer, durante uma pregação, que beijou a boca da filha.
“Também estou pedindo R$3 milhões em indenizações destinados a entidades de acolhimento de crianças vítimas de violência sexual”, informou a parlamentar, por meio das redes sociais.
A Polícia Civil de Minas Gerais apura falas do pastor Lucinho a respeito de ter beijado a filha na boca. O líder religioso recebeu críticas nas redes sociais após o vídeo em que ele relata o comportamento ter viralizado.
“Eu peguei minha filha um dia, dei beijo nela, falei que amava ela. Ela passava eu falava, ‘nossa, que mulherão, ai se eu te pego’. Aí, ela falou assim: ‘credo, pai, você já é da mamãe’, aí dava beijo nela. Um dia ela distraiu assim, eu dei um beijo na boca dela, ela: ‘que isso pai?’. Eu falei assim: ‘quando eu encontrar seu namorado eu vou falar assim, você é o segundo, eu já beijei”, diz ele nas imagens.
Lucinho se pronunciou após polêmica
Após a repercussão das falas, a filha do pastor divulgou um vídeo no Instagram em que nega ter sido abusada pelo pai e diz que o tem como inspiração. Lucinho também se pronunciou por meio de vídeo nas redes sociais.
“Havia mil homens, era uma reunião de homens, e eu estava falando para eles da necessidade de levantar a autoestima dos filhos, que hoje têm sido muito atacados nessa área. E eu fiz um comentário brincalhão”, disse Lucinho.
Para Erika Hilton, as falas do religioso são graves e “configurou uma evidente incitação de crime de abuso sexual infantil”. O BHAZ procurou o MPF para saber o andamento da denúncia e aguarda o retorno.
A reportagem também procurou o pastor para saber se ele vai se pronunciar sobre o assunto, mas ainda não obteve resposta.
Deputada estadual também denunciou pastor
A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) também denunciou o pastor da Igreja da Lagoinha por incitação a crime sexual. A denúncia foi protocolada no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em 7 de maio.
A deputada ressalta ao MP, no documento, que a Lei 8.069/1990, que instituiu o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), estabelece em seu artigo 4º que “é dever da comunidade e da sociedade em geral zelar pela vida, saúde e dignidade da criança e do adolescente”.
Ela também cita o artigo 17 do ECA , que garante o direito à inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente.
A denúncia ainda afirma que “não se pode permitir que pessoas que ocupam posição de liderança e formação, orientem posições equivocadas que possam coadunar com o aumento da violência sexual infantil”.