Belo Horizonte vai ganhar estátuas das grandes escritoras mineiras Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus. A iniciativa é da jornalista Etiene Martins e da presidenta do Psol BH Jozeli Rosa, com apoio da deputada estadual Bella Gonçalves (Psol).
A capital mineira é repleta de estátuas de importantes escritores, como Carlos Drummond de Andrade e Murilo Rubião. A chegada de estátuas de escritoras pretas para BH marca a representatividade de um grupo historicamente marginalizado.
Lélia Gonzalez nasceu em Belo Horizonte e escreveu livros como “Lugar de negro” (1982) e “Festas Populares no Brasil” (1987). Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, região Sudoeste de Minas Gerais, e sua obra mais famosa é “Quarto de Despejo: Diário de Uma Favelada” (1960).
Por meio do Instagram, Etiene Martins explicou que a ideia nasceu no início de 2023, mas que só foi tomar forma no fim do ano. “Belo Horizonte agora vai sediar a memória através de duas estátuas de mulheres pretas”, declarou.
“Carolina Maria de Jesus que foi a maior escritora desse país. Sua obra foi traduzida para treze idiomas e distribuída em mais de quarenta países. Lélia Gonzalez, uma antropóloga que lutou pelos direitos das mulheres mundo afora sendo a principal referência da América Latina”, escreveu.
A jornalista acrescentou que o epistemicídio tenta apagar a história das pessoas pretas. “Mas seguimos sendo resistência, promovendo a visibilidade das nossas, construindo memórias, homenageando quem merece ser homenageada, conhecida e lembrada”, acrescentou.
“Belo Horizonte também é preta e nossa negritude pode e deve fazer parte desse enredo”, concluiu Etiene. Ainda não há data de quando as estátuas serão implementadas em Belo Horizonte.