Obra e ‘espírito’ de Drummond tomam conta da Praça da Liberdade; mineiro completaria 115 anos hoje

Poeta, contista, cronista brasileiro e uma das figuras mais influentes da literatura brasileira. Carlos Drummond de Andrade, mineiro de Itabira, já há 30 anos deixa na memória dos brasileiros a saudade e o gostinho de suas grandes obras.

Drummond nasceu em 31 de outubro de 1902 e nesta terça-feira (31) completaria 115 anos. A data não marca apenas o nascimento de uma das figuras mais importantes de Minas, mas também foi o dia de uma vasta programação de grande porte para homenageá-lo.

A Praça da Liberdade foi tomada, de meio-dia às 13h, pela “Ocupação Drummond”, que ofereceu leituras, dança e um flashmob com a presença de grandes figuras, como o escritor, produtor cultural e jornalista Afonso Borges. Afonso é também é um dos criadores do evento, em parceria com o Governo de Minas.

“A gente prospectou no mercado de Minas quem já trabalhavam com Drummond e reunimos dança, teatro, apresentações, recitais, etc. Tudo que seria possível de ser unido de forma harmônica nesse momento de comemoração dos 115 anos de Drummond”, diz.

Portanto, em cada banco da praça havia pessoas com seus livros, aproveitando o momento e o clima de saudosismo para ler obras do poeta. Em outras partes do espaço, jovens do Palavra Viva cantando e recitando poemas, e por fim apresentações artísticas das mais variadas.

Ilderica Toledo é advogada e compareceu na praça com seu livro para a roda de leitura.

Drummond em pessoa

Valmir Calvacante é ator e pela 2ª vez dá vida a Drummond. Já havia em 2011 encenado o poeta durante uma peça de teatro em Belo Horizonte e seis anos depois retomou o personagem para celebrar o aniversário de 115 anos do ilustre mineiro. “Eu fui convidado para fazer a memória viva de Drummond que seria representar Drummond e onde ele andava. Semana passada fizemos o trabalho aqui de andar pela Praça da Liberdade, no metrô, e em algumas feiras de alimentação”, conta.

A todo momento Valmir foi abordado por pessoas querendo tirar fotos ou entender do que se tratava aquela caracterização. “O retorno é bem engraçado. Alguns pensaram que era sobre religião, mas a receptividade foi muito boa. Franceses, peruanos, pessoas de modo geral”, conta o ator, que aproveitou a visibilidade para difundir entre os estrangeiros quem é Carlos Drummond.

Jornalista e escritor Afonso Borges com o livro “Boca de Luar”, autografado por Carlos Drummond em dedicatória a Paulo Mendes Campos.

Belo Horizonte cultural

Pela primeira vez, Belo Horizonte está sediando um evento robusto e original em homenagem ao aniversário de 115 anos de nascimento de Carlos Drummond de Andrade. Afonso Borges explica que esse momento é de grande importância para a capital mineira, pois valoriza a cidade no contexto da formação de grandes personalidades. “O belo horizontino infelizmente não tem consciência da importância da sua cidade na formação não só de Carlos Drummond de Andrada,  mas de Pedro Nava, Fernando Sabino, Hélio Pellegrino, etc.  Importante o belo horizontino se orgulhar disso”.

Já o ator Valmir Calvacante faz ligação do momento com poesias de Drummond: “Esse evento é muito importante porque a poesia e a literatura não podem ficar presas no papel. Drummond mesmo falava que a poesia está nas pessoas, nos animais, na natureza, nos relacionamentos em si. Então, respirar é poesia, viver é poesia. Representar Drummond, resgatando suas poesias, é isso”.

E sabe o que é melhor? Nesta quarta-feira (1º), as homenagens a Drummond continuam na capital. Outros detalhes sobre a programação podem ser encontradas aqui.

Eliza Dinah

Jornalista e redatora do portal Bhaz

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