Família de Sabará distribui ingressos para ‘aluguel’ pé de jabuticaba

aluguel pé jabuticaba
Há duas semanas, a família Torres ‘alugou’ os mais de 30 pés de jabuticaba do quintal de casa para que os turistas pudessem se deliciar (Débora Magalhães/Divulgação)

Patrimônio imaterial de Sabará, a jabuticaba atrai milhares de turistas para a cidade da região metropolitana de BH todos os anos, além de ser o principal produto econômico do município. A família Torres, que há mais de um século se dedica a produzir a fruta, neste ano decidiu resgatar uma tradição antiga para chamar a atenção dos visitantes.

Há duas semanas, a família “alugou” os mais de 30 pés de jabuticaba do quintal de casa para que os turistas pudessem se deliciar. O evento, que também contou com uma deliciosa degustação de iguarias derivadas da fruta, teve até distribuição de ingressos.

“Esse quintal está na nossa família de cinco a seis gerações. A gente tem relatos de que já tinha as jabuticabeiras adultas desde 1930 com meus bisavôs. Alguns pés daqui de casa são centenários. A gente também vai plantando novos, já que com o tempo ela envelhece a produção diminui”, explica ao BHAZ a produtora e chef de cozinha Elaine Torres.

Segundo ela, uma das lembranças mais vivas de sua infância era quando os avós abriam o quintal para os turistas e alugavam os pés de jabuticaba. Naquela época, a avó Torres já vendia licor e geleia caseiros.

“Esse ano estamos tentando resgatar essa cultura ‘dos quintais sabarenses para o mundo’, de os visitantes virem chupar a jabuticaba no pé. Então depois de 40 abrimos o nosso quintal para visitação e foi incrível”, celebrou ela.

Distribuição de ingressos

Os interessados tiveram que adquirir ingressos no Sympla para entrar no quintal Torres. Elaine explica que os visitantes pagaram R$ 50 para chupar quantas jabuticabas aguentassem em um período de 2 horas.

Aqueles que quisessem levar as frutas para casa, tiveram que comprar o litro. Já os turistas que quiseram “fazer a limpa” na jabuticabeira tiveram que pagar o valor de R$ 300.

Crianças de 6 a 11 anos pagaram R$ 25 no ingresso e aquelas de cinco anos entraram gratuitamente. Segundo Elaine, em quatro dias, o quintal recebeu cerca de 200 pessoas. A produtora espera que ano que vem o negócio faça ainda mais sucesso.

“Como estávamos muito tempo sem abrir o quintal, não veio muita gente. No festival passam mais de 100 mil pessoas e ficamos com medo de superlotar”, explicou.

Evento resgatou tradição sabarense (Débora Magalhães/Divulgação)

Festival da Jabuticaba

O “ouro preto”, como ficou conhecida a jabuticaba da cidade, se tornou, a partir dos anos 70, o principal produto econômico do município.

Devido à sua importância, em 1987 foi realizado o 1º Festival da Jabuticaba de Sabará, que reunia os produtores de jabuticaba da cidade, que normalmente ficavam nas ruas da cidade comercializando a fruta.

Em 2008 o festival foi tombado pelo Patrimônio Histórico Cultural e a jabuticaba passou a ser patrimônio imaterial da cidade. O evento oferece inovações dos produtores locais de jabuticaba, além de promover arte e cultural para os residentes e turistas da cidade de Sabará.

Neste ano, o Festival da Jabuticaba de Sabará acontece nos dias 17, 18 e 19 de novembro. Ele é realizado no Centro Histórico de Sabará, em um circuito que conta com quatro praças e dezenas de expositores.

Edição: Lucas Negrisoli
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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