Fotógrafo suspeito de estuprar criança na Grande BH é preso pela Polícia Civil

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Fotógrafo suspeito de estuprar criança foi preso de forma temporária pela Polícia Civil (FOTO ILUSTRATIVA: Pixabay/Divulgação PCMG)

A Polícia Civil (PC) prendeu um fotógrafo de 42 anos suspeito de estuprar uma criança de 10 anos durante um ensaio. O crime teria acontecido em Betim, na Grande BH, em 7 de outubro deste ano. Após as investigações, a PC deteve o homem em 6 de dezembro.

Nesta segunda-feira (11), os delegados responsáveis pela investigação, Marcelo Cali e Karla Moreira, deram alguns detalhes. O portal BHAZ revelou o caso no último mês quando a mãe da criança contou o que teria acontecido.

Segundo a Polícia Civil, a criança acompanhava os tios e uma prima de 3 anos em um ensaio fotográfico realizado pelo homem.

Quando a família chegou ao local, o fotógrafo se interessou pela menina e convidou ela para fazer algumas fotos individuais. Depois, levou a criança para um vestiário para que ela trocasse de roupa.

“Eles ficaram sozinhos e o homem pediu para que a garota se despisse em sua frente. A criança, receosa, acatou a ordem desse homem. E quando ela estava só de calcinha, ele colocou as mão na região da genital da criança e encostou a boca próximo a orelha da menina praticando ato libidinoso. Depois [o fotógrafo] ainda pediu que a garota dissesse que ‘ela era só dele'”, explicou a delegada Karla.

Ainda de acordo com a polícia, depois que a família retornou para casa, a criança apresentou um comportamento diferente. Ela chorava algumas vezes e ficava agressiva. Então os pais perguntaram o que tinha acontecido e a criança fez o relato.

Segundo a PC, os atos libidinosos feitos pelo homem se enquadra em estupro de vulnerável considerando que a vítima é uma criança.

Procurar a polícia foi fundamental para investigação

Os familiares decidiram procurar a polícia para registrar o boletim de ocorrência. Karla Moreira explicou que o assunto circulou na região do bairro PTB, onde fica o estúdio, e mais duas possíveis vítimas apareceram.

“Nós tivemos duas vítimas que, hoje, já são adultas. Mas quando sofreram o abuso tinham 14 e 15 anos. Elas agendaram um ensaio fotográfico e sem a consciência dos pais, o homem persuadiu as meninas e convenceu as garotas a fazerem um ensaio sensual. Durante os ensaios ele praticou abuso contra essas adolescentes”, disse.

As investigações também apontam que há mais vítimas, além desses outros três casos, mas que ainda não registraram um boletim de ocorrência. Por isso, a delegada faz o apelo para que essas pessoas procurem a polícia.

“A gente entende que essa prisão é um fato motivador para que as vítimas procurem a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Betim para registrarem os fatos”.

O portal BHAZ entrou em contato com o advogado de defesa. Em nota, a defesa afirma que o “investigado sempre esteve colaborando com as investigações desde a instauração do inquérito policial”.

Ainda de acordo com o posicionamento, o homem, “se apresentou ESPONTANEAMENTE perante às autoridades para que fosse cumprido o mandado de prisão temporária”. E que “apresentamos espontâneamente às autoridadaes o computador, HD externo, backup de fotos e celular pessoal do investigado para que fosse tudo devidamente periciado”.

O fotógrafo preso suspeito de estuprar a criança em Betim ficará detido de forma temporária.

Nota da defesa na íntegra

A Defesa do fotógrafo suspeito vem a público esclarecer que o investigado sempre esteve colaborando com as investigações desde a instauração do inquérito policial e estará aguardando a conclusão das investigações para que os fatos possam ser melhor esclarecidos.

Não obstante, cabe esclarecer que o referido fotógrafo devidamente orientado pela Defesa se apresentou ESPONTANEAMENTE perante às autoridades para que fosse cumprido o mandado de prisão temporária que foi decretado pela justiça em desfavor do investigado.

No que diz respeito ao mandado de busca e apreensão expedido pela justiça, a Defesa também esclarece que apresentamos espontaneamente às autoridades o computador, HD externo, backup de fotos e celular pessoal do investigado para que fosse tudo devidamente periciado.

Desta forma, a Defesa informa que estará acompanhando o andamento das investigações e aguardará a conclusão do inquérito policial para que possamos ter o formal conhecimento de todos os elementos da investigação, uma vez que o investigado sempre esteve, e estará à disposição das autoridades para o que for necessário.

Crime sexual

O crime de estupro é previsto no artigo 213 do Código Penal, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de seis a 10 anos.

O artigo 217A prevê o crime de estupro de vulnerável, configurado quando a vítima tem menos de 14 anos ou, “por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A pena varia de 8 a 15 anos.

Já o crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência.

Onde conseguir ajuda?

Caso você seja vítima de qualquer tipo de violência de gênero ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

  • Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
  • av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
  • Casa de Referência Tina Martins
  • r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
  • Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher)
  • r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
  • Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher
  • r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
  • Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Edição: Lucas Negrisoli
João Lages[email protected]

Repórter no BHAZ desde setembro de 2023. Jornalista com 4 anos de experiência em veículos de comunicação. Fez cobertura de casos que têm relevância nacional e internacional. Com passagem pela RecordTV Minas, também foi produtor e editor de textos na Record News.

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