Funcionários do metrô decidem manter greve até 17 de janeiro em BH

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Incerteza de funcionários em relação à privatização foi motivadora para decisão (Abraão Bruck / CMBH)

Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (28), os funcionários do metrô de Belo Horizonte decidiram manter a greve até o próximo dia 17 de janeiro. Os trens vão continuar circulando somente em escala mínima, apenas nos horários de pico.

Ao BHAZ, o secretário-geral do Sindimetro-MG (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais), Daniel Glória Carvalho, explicou que a decisão foi motivada pela incerteza dos funcionários em relação à privatização. “A gente sabe que a população sofre. Mas a incerteza dos nossos funcionários, da categoria dos funcionários do sistema metroferroviário de BH, é muito delicada”, afirma.

Segundo Daniel, essa não é a primeira tentativa da categoria de obter informações em relação ao futuro dos funcionários com a privatização. Ele explica que já foram feitas tentativas de diálogo, inclusive com os governos estadual e federal.

No entanto, o representante do Sindimetro-MG afirma que ainda não foi dada uma resposta. “A gente espera que dessa vez demonstrem um pouco mais de compromisso e entendam o drama que a nossa categoria está vivendo. A única justificativa dada é de que não está na hora desse processo abordar o destino dos funcionários”, lamenta.

“Só que já tem uma nota técnica proibindo a transferência de quem trabalha na Superintendência de Trens Urbanos em BH para outras superintendências. Isso, ao nosso ver, já altera a rotina do funcionário”, exemplifica Daniel.

Prazo para questionamentos

Em audiência de conciliação entre o sindicato e a CBTU (Companhia Brasileia de Trens Urbanos), o Sindimetro-MG recebeu o prazo de cinco dias para a elaboração de um documento com os questionamentos da categoria. A reunião aconteceu nessa segunda-feira (27). Segundo Daniel, o prazo para manutenção da greve foi determinado considerando o tempo para elaboração e resposta do documento.

Ao BHAZ, a CBTU afirmou que defende o fim da greve e informou que as negociações com o sindicato já estão em curso por meio de mediação no Ministério Público do Trabalho, antes mesmo das paralisações. “Não cabe à companhia a decisão para suspender parcialmente a portaria que impulsiona o processo de privatização da empresa”, declarou, por meio de nota (leia na íntegra abaixo).

Funcionamento do metrô

A escala mínima de funcionamento do metrô é de 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h.

A determinação é do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que também impôs horário da operação de 5h30 às 10h e das 16h30 às 23h, nos dias 24 e 31 de dezembro. No entanto, o sindicato decidiu encerrar as operações às 20h no dia 31 de dezembro.

Nota da CBTU na íntegra:

“CBTU Belo Horizonte informa que após assembléia dos metroviários realizada hoje (28/12), às 14h, na Praça da estação, os empregados decidiram pela manutenção da greve, com funcionamento da operação comercial em escala mínima, até dia 17/01/2022. Ficou decidido ainda que no dia 31/12 a operação será até às 20h, contrariando a decisão da liminar, que previa operação nesta data até às 23h.
Na última segunda-feira (27) ocorreu audiência de conciliação entre Sindicato e CBTU, com participação da Advocacia Geral da União e do Ministério Público do Trabalho. Os referidos órgãos conclamaram ao encerramento da greve, sem sucesso. O Desembargador do Trabalho, Dr. Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto, deu o prazo de 5 dias (04/01) para o sindicato apresentar suas manifestações no processo judicial.
Sobre a reivindicação do Sindimetro, a CBTU esclarece que não cabe à companhia a decisão para suspender parcialmente a portaria que impulsiona o processo de privatização da empresa, razão porque defende o fim do movimento grevista, ratificando o posicionamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. Ressalta-se ainda que as negociações do Sindicato com o governo já estão em curso em procedimento de mediação junto ao Ministério Público do Trabalho, iniciada anteriormente à própria paralisação.
Na última sexta (24), a categoria decidiu pelo cumprimento da decisão a partir de sábado (25). A liminar do TRT determinou o funcionamento da operação metroviária de 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h. Nos dias 24 e 31/12, véspera de Natal e Ano Novo, a liminar impõs o horário da operação de 5h30 às 10h e das 16h30 às 23h. Com 100% dos trens operando nos intervalos mencionados. O resultado da decisão determinou a continuidade dos serviços de manutenção e segurança para atendimento à população, este último sem qualquer interrupção.
A decisão do TRT previa que a escala mínima fosse cumprida desde o dia 23/12/2021 (inclusive), mas nos dias 23 e 24/12, a paralização foi de 100% da operação. O valor da multa proferida pelo desembargador Dr. Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto é de R$30 mil por dia de descumprimento do serviço nos horários de pico”

Edição: Giovanna Fávero
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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