Mesmo com a greve dos professores da rede municipal de Belo Horizonte, as escolas da capital voltarão a abrir as portas para garantir a alimentação dos alunos. A informação foi anunciada durante coletiva de imprensa com o prefeito de BH, Álvaro Damião (União Brasil), nesta sexta-feira (27).
Neste sábado (28), as unidades funcionarão, de forma excepcional, para o fornecimento de refeições. Já na próxima semana, o atendimento será de segunda a sexta-feira, nos turnos da manhã e da tarde.
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“A greve é um direito dos professores, mas temos que pensar nas famílias e nas crianças que estão sendo prejudicadas também”, afirmou Damião.
Segundo a Prefeitura de BH, mesmo com a paralisação dos professores, outros servidores seguem atuando nas escolas. “A cantineira, por exemplo, estará lá para garantir a alimentação das crianças”, destacou o prefeito.
Importante ressaltar que as atividades escolares permanecem suspensas. As crianças devem ir acompanhadas, se alimentar e retornar para casa. “Nossas crianças não podem ser penalizadas. Sabemos que muitas delas dependem da merenda escolar”, completou Álvaro Damião.
O prefeito informou ainda que as aulas serão repostas durante as férias, e não aos fins de semana.
Para a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind Rede-BH), Carol Pasqualini, as escolas não deveriam ser um espaço de assistência, mas sim de educação
“É grave que o Belo Horizonte não tenha uma política para atender essas crianças e essas famílias, porque você assume que só a criança se alimenta, a família não se alimenta. E é grave porque a escola tem que ser muito mais que isso. A gente acha que as crianças têm que ter alimentação digna nas escolas, sim, mas a escola é muito mais que isso, ela não é um espaço de assistência, ela é um espaço de educação”, destacou em entrevista ao BHAZ.
Judicialização da greve
Durante a coletiva desta sexta-feira (27), o prefeito de Belo Horizonte afirmou que vai judicializar a greve dos professores.
Damião disse que a prefeitura fez 34 reuniões com o sindicato para tentar chegar a um acordo, mas que nenhum foi aceito. “Todas as categorias, sem exceção, aceitaram as propostas sem nenhum problema. Não podemos fazer o que eles querem, temos que ter responsabilidade”, afirmou.
Ainda segundo o prefeito, os professores em greve não vão receber pelos dias que não trabalharam.
O BHAZ entrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind Rede-BH) e aguarda um posicionamento oficial sobre a nova medida anunciada pela PBH.