Professores mantêm greve em BH e rejeitam proposta da Prefeitura

11/06/2025 às 16h10 - Atualizado em 11/06/2025 às 18h04
Greve da rede de educação municipal continua apesar de vale anunciado pela PBH
Mais de 85% das escolas aderiram à greve. (Divulgação/Felipe Castanheira)

Os professores da rede municipal de Belo Horizonte decidiram, na manhã desta quarta-feira (11), durante assembleia realizada na Praça da Estação, no Centro da capital, manter a greve por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede/BH), a decisão foi motivada pela falta de avanços concretos nas negociações salariais com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e pelo “tratamento desrespeitoso do governo Álvaro Damião (União Brasil)”.

Embora a PBH tenha prometido a extensão do ticket alimentação para os trabalhadores com jornada inferior a 40h semanais, manteve o reajuste salarial de 2,49%. Além disso, não foi agendada uma reunião de negociação com a categoria.

A greve por tempo indeterminado foi definida na última quinta-feira (5). Nesta segunda (9), dentre as 324 escolas da rede própria, 248 funcionaram parcialmente, 31 permaneceram fechadas e 45 funcionaram normalmente. Os dados representam 86% das escolas impactadas.

O ticket não são incorporados à aposentadoria e podem ser retirados a qualquer momento. O que estamos reivindicando é valorização real da nossa carreira, com um índice de reajuste digno”, afirmou uma das representantes do Sindicato durante a assembleia.

O Sind-Rede/BH também afirma que o prefeito alega que nenhum servidor da educação recebe menos que o Piso Nacional do Magistério — o que, na prática, representa apenas o cumprimento da legislação vigente, e não qualquer tipo de valorização.

A Prefeitura de Belo Horizonte informou, por meio de nota, que “o salário médio de um professor do ensino fundamental que trabalha, por exemplo, nos turnos da manhã e da tarde, é superior a R$ 13 mil.” Segundo a administração municipal, o impacto anual do reajuste de 2,49%, somado ao aumento do vale-refeição para R$ 60 e a outras demandas específicas, será de R$ 493 milhões, sendo R$ 156 milhões destinados apenas à Educação, caso a proposta seja aceita.

Confira a nota na íntegra:

A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que sempre esteve aberto ao diálogo e realizou, somente neste ano, 32 reuniões com o sindicato que representa a Educação, para avanços nas pautas específicas e resolução de outras demandas da categoria. Reconhece também a importância dos profissionais da Educação e a necessidade constante de valorização e destaca que 100% dos profissionais do magistério da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte recebem salários acima do piso nacional. O salário médio de um professor de ensino fundamental que trabalha, por exemplo, nos turnos da manhã e tarde, é de mais de R$ 13 mil.

Contudo, todas as concessões devem ocorrer de maneira responsável, equilibrando as necessidades de diferentes setores para garantir a sustentabilidade financeira do Município. Com essa premissa, a Prefeitura informa que o índice de reajuste 2,49%, representa o limite orçamentário para despesas dessa natureza e qualquer outra proposta extrapola as finanças municipais.

O impacto anual do reajuste de 2,49% com o aumento do vale-refeição para R$60 e outras demandas especificas será de R$ 493 milhões, sendo R$ 156 milhões somente para a Educação, caso aceitem a proposta.

Ana Magalhães

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Repórter do BHAZ desde agosto de 2024.

Ana Magalhães

Email: [email protected]

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Repórter do BHAZ desde agosto de 2024.

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