Um homem de 36 anos que ligava para pessoas aleatórias e se masturbava por videochamada foi preso em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (22). De acordo com a Polícia Civil, ele foi identificado por meio de uma vítima adulta, mas também cometeu o ato de importunação sexual contra crianças.
Levantamentos da corporação indicam que, desde outubro, cerca de 50 pessoas foram vítimas do suspeito na capital e no interior. A polícia recomenda que todos registrem a denúncia em uma delegacia e informem o número completo do telefone na ocorrência para facilitar as investigações.
Após o registro da ocorrência, a vítima ainda pode, caso tenha interesse, enviar o número do boletim para o email [email protected].
Ligações aleatórias
De acordo com a delegada Fernanda Fiuza, titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil no Barreiro, o homem entrava em contato com as vítimas de forma aleatória em aplicativo de mensagens, enquanto se masturbava.
“Então a criança abria a chamada de vídeo e dava de cara com a situação. Além de entrar em contato por vídeo, ele encaminhava diversas fotos dos órgãos genitais e pedia para que a vítima mandasse fotos e falasse coisas para continuar a ação dele, tanto para adultos quanto crianças”, detalha.
A delegada ainda conta que o homem adotava um nome falso no aplicativo de mensagens. Um dos números utilizados por ele, com final 8657, estava inclusive cadastrado com dados de uma mulher que já havia morrido.
Ao ser ouvido, o suspeito confessou que entrava em contato por videochamada com qualquer pessoa, independentemente de ser homem ou mulher. Se acontecesse de ser uma criança, ele prosseguia da mesma forma.
Investigações
As investigações da Polícia Civil começaram no dia 4 de dezembro, quando uma mulher de 36 anos denunciou o crime após receber várias videochamadas do homem. Com a apuração, a corporação já identificou quatro crianças que foram vítimas do suspeito.
“Uma criança que conseguimos identificar, cujos pais já prestaram depoimento na delegacia, teve o comportamento de reportar aos pais no momento em que estava acontecendoe os pais tomaram providência”, conta a delegada.
Ela alerta que, nem sempre, esta é a realidade. Segundo ela, normalmente, as crianças não se dão conta do que está acontecendo e não contam para os pais.
“Fica um alerta aos pais para que acompanhem a vida social dos seus filhos, crianças e adolescentes, nas redes sociais e no mundo virtual, porque essas crianças podem estar sendo expostas a pessoas desse tipo”, reforça o delegado regional no Barreiro, Rômulo Dias.
Importunação sexual
O crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem seu consentimento.
O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticar o crime poderá pegar de um a 5 anos de prisão.
