A Polícia Civil confirmou, nesta quarta-feira (31), ter prendido o homem de 33 anos suspeito de matar a ex-mulher com quem tinha um relacionamento e o filho dela. Paulo Henrique da Rocha foi capturado por policiais civis do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Outros detalhes a respeito da prisão do homem serão repassados à imprensa em coletiva realizada ainda nesta tarde. O crime pelo qual Paulo é considerado suspeito ocorreu na noite dessa segunda-feira (29), no bairro Ipiranga, região Nordeste da capital.
A Justiça havia expedido, na manhã desta quarta-feira (31), o pedido de prisão preventiva do ex-empresário apontado como o autor dos assassinatos de Tereza Cristina Peres de Almeida, de 44 anos, e do filho dela, Gabriel Peres Mendes de Paula, de 22.
Em coletiva sobre o crime, realizada ainda nessa terça (30), a delegada Ingrid Estevam, do Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídio, explicou que o homem poderá ser indiciado pelo crime de feminicídio, com o agravante de violência doméstica, e também por homicídio qualficado contra o filho da vítima. “Ele é um criminoso de grande porte e perigoso, com certeza pagará com penas duras pelos crimes que cometeu”, disse a delegada.
Poderia estar preso
Em março deste ano, a Polícia Civil pediu a Justiça a prisão preventiva de Paulo Rocha, contudo o pedido foi indeferido. Segundo o Fórum Lafayette, a juíza do 1º juizado de violência doméstica e familiar contra a mulher, Maria Consentino, indeferiu o pedido por falta de sustentação.
“O pedido estava embasado em uma representação da vítima [Tereza Cristina] quanto ao uso de imagens dela em um perfil falso nas redes sociais. Na ocasião, Tereza suspeitou que Paulo Rocha era o autor do perfil que disseminava notícias falsas sobre ela. A juíza considerou que não haviam elementos para sustentar o pedido de prisão. A magistrada solicitou, na época, a busca e apreensão do material para confirmar se ele era o autor e indeferiu o pedido de prisão”, afirmou o Fórum por meio de sua assessoria de comunicação.
Histórico violento
Desde novembro de 2018, a vítima, Tereza Cristina, recorreu à Justiça e à polícia para denunciar as violências de Paulo contra ela. No ano passado, a mulher o denunciou por agressão e dano material.
Já em 2019, foram quatro denúncias: em fevereiro por ameaça e por descumprir uma medida protetiva; em abril por uma nova ameaça; e em maio, novamente, por descumprir medidas judiciais.
Ainda em abril, Paulo criou um perfil fake de Tereza em uma rede social onde começou a criar notícias falsas sobre ela. Em um dos casos, ele chegou a dizer que a mulher mantinha relações com o próprio filho. Na ocasião, Paulo foi ouvido e negou as acusações.
Segundo a delegada que apura o caso, Isabella Franca, Paulo Rocha tinha em seu desfavor três medidas protetivas. Também foi oferecido à vítima a possibilidade de ficar em um abrigo, contudo ela não quis.
Paulo não foi ouvido antes, pois ele sempre fugia da Justiça. “Ele era um suspeito difícil de ser localizado, tanto que por várias vezes os oficiais foram até os endereços dele e não o encontraram. Por conta disso, somente em abril ele soube das medidas protetivas e assinou o documento”, conta a delegada.
Paulo tem um histórico no mínimo suspeito, para não dizer violento: em 2007 e 2014 ele ameaçou outras duas ex-namoradas. Na mesma época, ele foi detido por porte ilegal de arma.
