“Nunca imaginei que ia sofrer da violência homofóbica na minha vida”. Foi o que disse o jovem Shane Landry, de 26 anos, após ser espancado no Centro de BH, na madrugada sábado (26). O norte-americano, residente na capital mineira, e um amigo foram agredidos na avenida Afonso Pena, quando voltavam de um bar.
Shane postou o relato no Facebook, denunciando o crime do qual foi vítima. Segundo o jovem, estudante de mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), três homens abordaram ele e seu amigo e começaram a espancá-los. “Vários carros pararam, mas ninguém saiu para ajudar a gente”, contou.
“Depois de um tempo – realmente não sei exatamente quanto tempo foi – e com cada vez mais carros parando enfrente desta cena horrorosa, eles pararam de nos atacar e foram embora. A gente, assustado e machucado, mas vivos, foi para casa”, completou o relato.
“Tivemos sorte. Estamos vivos. Não pode dizer o mesmo pelas 343 pessoas LGBTs (um número BEM subestimado) que, segundo as estatísticas oficiais, foram matados no Brasil em 2016 simplesmente por ser pessoas LGBT”, escreveu o jovem, mostrando dados da violência motivada pela homofobia.
O jovem aproveitou, ainda, para fazer um alerta. “A homofobia mata, o machismo mata, a heteronormatividade mata. Se você veja algo ou escute algo, faz algo, fala algo. Ontem nós dois fomos as vítimas, mas amanhã pode ser você, um dos seus amigos, ou um familiar seu”.
Nos comentários da publicação, várias pessoas se mostraram indignadas com acontecido e se solidarizaram com Shane. “É triste e desesperador. Um sentimento de impotência nos toma. Estou cansado de receber notícias como esta, pois parece não ter fim”, comentou um usuário.
“Não somos todos assim, violentos. Desculpe por ter sofrido algo tão penoso aqui no meu país. As pessoas que fizeram isso com você não merecem conviver com seres humanos. Nem tampoco com animais. Deveriam ser extintos do nosso planeta. Sinta meu abraço. E meu pedido de desculpas por tudo isso”, escreveu outra.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas registraram boletim de ocorrência e o caso já está sendo apurado. As investigações estão sob a responsabilidade da delegada Daniela Durães.
