Quem passa pela avenida Augusto de Lima, no Centro de Belo Horizonte, nem imagina que o Edifício Imprensa, na esquina com a rua Rio de Janeiro, abriga um laboratório de ideias fervilhantes pronto para ser experimentado. De portas abertas desde o sábado (8), no 11º andar do imóvel, a sala se diferencia das demais justamente pelas possibilidades que inaugura: trata-se da materialização física do Ideógrafo, projeto intersemiótico que busca provocar encontros entre pessoas, linguagens e ideias potentes, além de ser, em si, um convite para o diálogo.
Desenvolvido pelas amigas Renata Alencar e Tailze Melo, que são, respectivamente, doutoranda em Artes pela UFMG e doutora em Estudos literários pela mesma universidade, o espaço tem como proposta aproximar o público tanto dos artistas e escritores, como de seus processos criativos por trás de cada inquietação. E mais do que isso, no local também serão realizados minicursos e oficinas de processos e produções criativas.
“Já era uma ideia nossa pensar uma localização interessante, então o Centro da cidade foi uma escolha consciente. Nós estamos perto do Sesc Palladium, perto do Maleta, em um lugar bem localizado e a gente queria, de alguma maneira, participar desse movimento de valorização do Centro de BH que já ocorre há alguns anos. A gente acha que tem mais a ver com a proposição criativa da sala, se misturar mais à cidade”, diz Tailze Melo sobre a localização do Ideógrafo.
“Toda mostra que a gente fizer aqui é uma mostra para que as pessoas se sintam realmente próximas”, diz Tailze. “É legal também que as pessoas possam pensar que a obra de arte não precisa, necessariamente, estar em uma grande galeria para ser visitada por pessoas interessantes”, explica. E, segundo ela, diversas linguagens serão contempladas no local ao longo do tempo, passando pela Literatura e pelas Artes Plásticas até a Tipografia.
Na inauguração, os visitantes puderam conhecer de perto a exposição Desambientes, do artista visual e escritor mineiro Mário Alex Rosa. Natural de São João Del Rey, ele propõe uma observação particular para objetos do cotidiano resignificados a partir da união da palavra com a imagem. Os objetos-poéticos de Rosa emitem afetividade, delicadeza e intertextualidade. Ou seja, “conversam” com obras de poetas que vão de Drummond a Edgar Allan Poe.
Ainda neste mês, Mário também será o primeiro a conduzir uma oficina do Ideógrafo. A ideia é colocar em evidência diálogos entre a poesia e as artes visuais. Em seguida, Tailze Melo e Rafaela Angeli se juntam para ministrar “Costuras do Sertão”, que tem como proposta estabelecer conexões entre representações do sertão na literatura brasileira e a construção de cadernos artesanais. As atividades, que vão ocorrer em dias variados, fazem parte da programação de julho do projeto que, em breve, deve apresentar novidades ao público.
Serviço
Ideógrafo
Onde? Edifício Imprensa – Av. Augusto de Lima, 407, sala 1.112
Informações, oficinas e inscrições? [email protected]
Dúvidas pelo WhatsApp? (31) 996299645 ou (31) 997658326