O aposentado Belarmino de Freitas Miranda, de 65 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira (10) após ficar quase um mês internado no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Ele foi atingido pelas chamas de um caminhão-tanque que explodiu no Anel Rodoviário em 14 de março.
O grave acidente deixou o motorista do caminhão morto e oito feridos, incluindo Belarmino. O caminhão-tanque pegou fogo na altura do bairro Goiânia, região Nordeste de Belo Horizonte. Labaredas altas se formaram e se alastraram para tudo que estava em seu trajeto, atingindo residências, comércios, veículos, a rede elétrica e uma fábrica.
Ao BHAZ, o advogado da família de Belarmino disse que o corpo será sepultado no município de Caratinga, no Vale do Aço, onde o idoso nasceu. Segundo Paulo Raphael Silva Souza, a vítima era uma pessoa muito simples e morava de favor no local. Ele estava dormindo quando a casa foi atingida pelas chamas, que se alastraram pela rua.
“Ele foi queimado vivo enquanto estava deitado na cama dele. O caminhão tombou na esquina, todo mundo conseguiu correr, mas ele não. Ele teve os rins queimados, estava fazendo hemodiálise, mas o tratamento não estava funcionando e o quadro de saúde dele piorou”, disse Paulo.
“A família sofreu muito, estavam esperando a qualquer momento [a notícia] e foram surpreendidos essa madrugada. Um empresário de Caratinga disponibilizou translado do corpo, a família não teria condições de arcar com esse gasto”, acrescentou o advogado.
Ao BHAZ, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que o corpo do idoso encontra-se no Instituto Médico-Legal para ser submetido ao exame de necropsia.
Ainda de acordo com o advogado, a família está se mobilizando judicialmente contra a empresa JBretas, dona do caminhão-tanque. A reportagem tentou localizar algum representante da empresa, mas não conseguiu.
“Entramos com uma ação cobrando danos morais e materiais contra a empresa. Existe uma chateação muito grande, pois foi descoberto que a empresa fez um grupo e indenizou por danos materiais todos que tiveram casas e carros danificados. A irmã do Belarmino recebeu só R$ 500 e uma cesta básica”, disse ele.