A Igreja de São Francisco de Assis, no Conjunto Moderno da Pampulha, reabre suas portas, nesta sexta-feira (4), após dois anos em obras. O local está pronto para receber batizados, casamentos e missas. O investimento para a restauração foi de R$ 1,07 milhão do Governo Federal, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A Igrejinha da Pampulha, como também é conhecida, foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e é a primeira no Brasil construída nos padrões da arquitetura moderna.
A data da cerimônia de entrega foi escolhida para o dia de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais e da natureza e patrono da igreja.
A restauração incluiu a revitalização de piso, revestimentos, pinturas, impermeabilização e recuperação de elementos danificados, a remoção do forro da nave, instalação de telhas e calhas, revisão da instalação elétrica e reforma dos sanitários. A obra foi executada pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais da Universidade Federal de Minas Gerais.
Joia modernista feita por muitas mãos
Construída entre 1942 e 1943, o imóvel só foi entregue ao culto religioso mais de 15 anos depois, no final da década de 1950. Isso ocorreu devido à recusa de Dom Cabral, primeiro arcebispo de Belo Horizonte, em consagrar a Igreja enquanto casa de Deus, em razão de suas formas modernas, que contrariavam os padrões comumente utilizados em templos religiosos da época.
Projetada por Oscar Niemeyer, a Igreja é reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro desde 1947. Ela está inserida no Conjunto Moderno da Pampulha, reconhecido como Patrimônio Mundial desde 2016. A convite do arquiteto modernista, importantes artistas colaboraram com a construção do templo: Cândido Portinari, nos painéis e pinturas; Alfredo Ceschiatti, nas esculturas; Paulo Werneck, nos painéis de arte abstrata em pastilhas e Roberto Burle Marx, no paisagismo do entorno.
Investimentos em Minas Gerais
A intervenção na Igreja de São Francisco de Assis é parte de uma série de ações que vêm sendo feitas pelo Iphan em Minas Gerais. Sete obras já foram entregues, entre elas a restauração do Teatro Municipal de Sabará, no mês passado. Outras nove estão em execução, somando investimentos de aproximadamente R$ 40 milhões.
Com Iphan