Impasse com lojistas do Oiapoque chega ao fim e lojas são reabertas ao público

Segundo a administração, shopping Oiapoque tem grande movimento aos domingos

Lojistas do Shopping Oiapoque voltaram a abrir as lojas, nesta quarta-feira (23), após quatro dias de manifestações que culminaram com o não funcionamento. O que motivou a ira dos comerciantes foi a medida vinda da administração do shopping que exigia que as lojas localizadas no térreo funcionassem aos domingos.

Em conversa com o Bhaz, Mário Valadares, empresário e proprietário do shopping, afirma que a decisão foi tomada a partir de estudos. “Temos uma comissão que é responsável pelas lojas e, através de estudo logístico, constatou-se que temos grande fluxo no shopping por volta das 13h de domingo. Com isso, precisamos que as lojas fiquem abertas para estimular no público a compra de produtos. A medida é muito boa, pois visa lucro, tanto para a administração quanto para os lojistas”, afirma.

O fato de as famílias saírem aos finais de semana para fazerem compras também é um dos fatores que contribuíram para a decisão. No entanto, na última sexta-feira (18), uma reunião entre diretores do shopping e lojistas selou a decisão, hoje revogada. “Foram apresentadas três propostas de funcionamento aos domingos para eles decidirem o que seria melhor. Mas, em determinado momento, os ânimos se exaltaram e um dos comerciantes acabou dando um soco no Luíz Artur, que faz parte da comissão”, conta Mário.

A agressão fez com que o diálogo entre administração e os lojistas terminasse e que a medida (abertura aos domingos) fosse imposta. Após a determinação ser anunciada, alguns lojistas montaram uma comissão para questionarem a medida. “Esse movimento foi tendo adesão de lojistas e afirmavam que nós somos autoritários. Tentamos o diálogo, mas não aceitamos intimidações”, relata.

Na noite dessa terça-feira (22), uma reunião estabeleceu que o domingo passará a ser facultativo no shopping, ficando a critério do lojista abrir ou não. “O recuo foi tomado, pois percebemos que ambas as partes estavam ficando com prejuízos nesses dias em que o comércio não ficou de portas abertas”, conclui o empresário, que em 2002, surpreendeu até mesmo a família ao adquirir o imóvel que posteriormente seria o maior shopping popular da capital mineira.

O lojista que agrediu um dos diretores do shopping será julgado pelo comitê gestor e, entre as sanções possíveis, está uma ação de despejo. Mas, Mário garante que ele não está impedido de trabalhar e que sua loja está funcionando normalmente.

Quem é Mário Valadares?

Filhos de pai militar e de mãe dona de casa, o empresário é conhecido por fazer negócios que surpreendem, inclusive, membros da família. Quando jovem, foi para os Estados Unidos e por lá estudou ciência da computação. Ao retornar para o Brasil, começou a fazer negócios e não parou mais.

Em 2002, quando decidiu arrematar, em um leilão, o prédio que pertencia à cervejaria Antarctica, até sua esposa chorou com a loucura que ele havia feito, visto que o imóvel estava abandonado e se localizava em uma região boêmia com botecos sujos e cercado de bandidos.

A decisão da Prefeitura de Belo Horizonte de retirar os comerciantes ambulantes das ruas da capital caiu como uma luva e contribuiu para que surgisse o Shopping Oiapoque. Para reformar o prédio, Mário teve, inclusive, auxílio da prefeitura para levantar verbas e possibilitar que ambulantes passassem a ser lojistas.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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