Jovem de BH perde a visão por doença genética e faz vaquinha para comprar óculos de R$ 47 mil

jovem perde visão
Nícolas De Assis Arcandi, de 26 anos, precisou adaptar as tarefas diárias e agora conta com a solidariedade para recuperar um pouco da qualidade de vida (Reprodução/@nick_assis/Instagram)

Um publicitário de Belo Horizonte teve a rotina virada do avesso após perder a visão, de forma gradativa, em 2021. Desde então, Nícolas De Assis Arcanjo, de 26 anos, precisou adaptar as tarefas diárias e agora conta com a solidariedade para recuperar um pouco da qualidade de vida.

Recentemente, o jovem descobriu um óculos de alta tecnologia e realidade virtual que funciona quase como um “tradutor” das telas e dos rostos das pessoas. O equipamento possui uma câmera frontal e uma tela com zoom de 18x, além de diversas funções de ajustes de cores.

O grande problema é que o equipamento é importado e custa nada menos que R$ 47 mil. Por esse motivo, Nícolas criou uma vaquinha virtual com o objetivo de arrecadar esse valor para comprar o óculos.

“Esse óculos me ajudaria a ver TV, a enxergar muito melhor o computador. Com ele minha visão teria a compensação de uns 75%, então melhora muito. Me ajuda a ver um rosto, ver uma paisagem se eu for viajar, ir ao cinema, ver um jogo de futebol”, explica ele, em conversa com o BHAZ.

Diagnóstico

No ano passado, Nícolas foi diagnosticado com Neuropatia Óptica de Leber, uma doença genética que causa problemas visuais devido à atrofia do nervo óptico. O jovem perdeu a maior parte da visão e ficou legalmente cego.

“Em maio de 2021 eu tive Covid e minha imunidade foi no chão. Em junho comecei a sentir que estava perdendo a visão, fui em alguns oftalmologistas, mas ninguém achava nada. No final de novembro precisei parar de andar de moto, porque já não tava conseguindo enxergar direito e isso também já estava me afetando no serviço”, conta ele.

Nícolas precisou ficar internado em dezembro depois que os médicos suspeitaram de outra doença. O diagnóstico de Neuropatia Óptica de Leber, no entanto, só veio em março desse ano depois que o jovem fez um exame genético.

“No geral, eu devo ter feito mais de 70 exames até descobrir. No ano passado fizeram uma vaquinha para eu comprar meu remédio, que custa em média R$ 650 por mês e é de uso contínuo, já que a minha doença só tem tratamento, ainda não tem cura”, conta o jovem.

Como ajudar?

A perda de visão mudou totalmente a vida do jovem, que precisou se afastar do trabalho e evitar sair de casa sozinho. Nícolas tem esperança de que, com o óculos, ele consiga retomar algumas das atividades que são importantes para ele, como acompanhar os jogos do Atlético, assistir filmes e viajar.

Para ajudá-lo, basta entrar na vaquinha e doar qualquer valor. Até o momento, o jovem recebeu cerca de R$ 10 mil em doações.

“Hoje em dia não consigo sair para qualquer lugar sozinho, preciso ficar um pouquinho mais recluso. Tive que me afastar do meu serviço pelo INSS e nas coisas de casa precisei aprender de uma nova forma, adaptação no computador, no celular”, explica ele.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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