O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), comentou na manhã desta segunda-feira a tragédia do rompimento da barragem de rejeitos da Vale ocorrida na última sexta-feira (25). Na opinião de Kalil, trata-se de um “genocídio”.
“Se o presidente da Vale tivesse sido preso pelo desastre de Mariana, esse – em Brumadinho – certamente não aconteceria”, afirmou o chefe do Executivo da capital em uma entrevista dada à TV Record.
Segundo Kalil, o número de mortes deve alcançar a casa das centenas. “Isso que revolta, que entristece. Isso não é árvore, não é passarinho, não é boi, não é cachorro. Eu acredito que passe de 300 o número de vítimas. Pelo menos preventivamente, essa diretoria da Vale tinha que estar na cadeia”, disse.
Kalil também criticou o fato de membros do Governo estarem reunidos com o presidente da Vale, Fabio Schvartsman. “O presidente da Vale tinha que estar no lugar onde a irresponsabilidade se mata 300 pessoas. É injustificável, é revoltante e desanima ser brasileiro em uma hora dessas”.
Por fim, o prefeito acredita que, independente do aumento da rigorosidade das leis, o problema está na corrupção. “Eles fazem o que querem, são bilionários. Não vamos comparar com ‘empresariozinho’ de boate do interior do Rio Grande do Sul com a Vale do Rio Doce. Aquilo foi um acidente gravíssimo, isso que estamos vendo pela segunda vez em Minas Gerais, é crime”, afirmou o prefeito ao comparar a tragédia em Brumadinho com a da tragédia da Boate Kiss.
Em entrevista à jornalista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, um dos principais advogados da Vale disse que a mineradora “não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade” no rompimento da barragem em Brumadinho. Além disso, Sergio Bermudes ainda afirma que a diretoria da empresa não se afastará de seu comando “em hipótese alguma”.
