A presidenciável Marina Silva (Rede) afirmou que não se arrepende de ter apoiado o senador Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições de 2014. Nesta semana, o político mineiro se tornou réu na operação Lava-Jato por corrupção passiva e obstrução de justiça, em votação no Supremo Tribunal Federal (STF).
O posicionamento de Marina foi dito após encontro com o prefeito Alexandre Kalil (PHS), na tarde desta quinta-feira (19), na Prefeitura de Belo Horizonte. Na pauta do encontro, questões voltadas para a educação, a necessidade de uma reforma tributária para que as prefeituras possam implementar suas responsabilidades atribuídas pela Constituição Federal e o “difícil momento enfrentado no Brasil”.
Ao lado da ex-senadora estava o vice-prefeito, Paulo Lamac, que é um dos coordenadores de sua campanha. Perguntada sobre um possível apoio vindo de Kalil, ela afirmou que ele [Kalil] se reunirá com seu partido para definir o candidato escolhido. “O vice-prefeito eu já tenho ao meu lado como integrante desse projeto e que vem contribuindo no plano de governo e em nossa campanha”, disse Marina.
Ainda sobre ter apoiado Aécio Neves (PSDB) em 2014 ela foi direta: “Na época, não sabíamos das irregularidades cometidas por ele. Isso só veio à tona devido à operação Lava-Jato. Se eu soubesse, não teria apoiado, assim como muitos brasileiros não teriam votado [nele]”, afirmou. Ela ainda destacou que foi uma das pessoas que defendeu que o tucano fosse levado ao Conselho de Ética do Senado.
Eleições 2018
Para a candidata, a eleição deste ano será relevante na história do país, pois “as pessoas votarão sabendo a verdade”, já que, para ela, “a Lava Jato mostrou quem é quem”. “Tenho insistido que é momento de fazer uma grande mudança no Brasil. Quem criou o problema não irá resolvê-lo”.
As últimas pesquisas de intenção de voto mostraram um crescimento de Marina na preferência do eleitorado, mas isso não a tira de seu foco. “Esse resultado é o retrato do momento, mas ainda temos muito chão pela frente. A sociedade indica que deseja mudança e começa a sinalizar que alguns partidos, como PT, PSDB, PMD e DEM precisam tirar férias”, comentou.
O fato do PSB não desejar participar da coligação da candidatura de Marina é visto com naturalidade por ela. No entanto, Marina Silva descartou aceitar qualquer proposta de ser vice em alguma chapa. Outra fator que ela deseja descartar é de políticos envolvidos na Lava-Jato apoiando-a. “Existem pessoas boas em todos os partidos, como Pedro Simon, que é do PMDB mas que não cometeria crimes como Romero Jucá e Renan Calheiros. Há pessoas boas em todos os partidos”, disse.