No aniversário de 95 anos, o Mercado Central de BH mudou de nome: agora é Mercado Central KTO. A mudança, fruto de um acordo de naming rights com a casa de apostas, foi divulgada oficialmente neste sábado (7), durante a festa pública com 12 horas de programação. A informação vazou na imprensa durante a semana e foi tema de debate entre os belo-horizontinos, que mantêm uma relação de afeto com o ponto turístico. Ricardo Vasconcellos, presidente e diretor do espaço garantiu ao BHAZ: ‘O Mercado não está sendo vendido”.
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Os valores do acordo são confidenciais e especula-se que esteja na casa dos milhões. Mas segundo Vasconcellos, a parceria chega para somar à instituição, que é privada, e está à beira de completar seu centenário. “O investimento vai se reverter dentro do Mercado, com a conservação (…) para que as pessoas possam vir e ser cada vez melhor recebidas”, diz, listando a importância da manutenção do telhado, piso e banheiros do local.
O contrato de naming rights vai durar três anos e a definição sobre o destino da verba do patrocínio será inteiramente do conselho do Mercado. Um dos projetos que já está no radar é a criação de um auditório de última geração e a expansão do espaço da administração, segundo Vasconcellos. “Nós somos parceiros da Prefeitura, do Estado, da União, mas o dinheiro [público] tem que ser revertido em educação e em outras coisas. Poderíamos buscar também no mercado financeiro, mas a gente também não quer se endividar”, pondera o diretor.
Vasconcellos destaca que o Mercado Central é pioneiro no país ao adotar um name rights, assim como foi um dos primeiros a se tornar privado há alguns anos. “Nós somos modelos de gestão. Eles vêm aqui para aprender como que faz. As pessoas, às vezes, ficam com medo. Não precisa ter medo: a gente vai continuar sendo o Mercado Central, com a mesma mineiridade, com o mesmo carisma, recebendo todo mundo”, afirma.
Andres Miller, head de marketing da KTO, pondera que a empresa não quer descaracterizar o mercado: “se ele for descaracterizado, perde o valor que tem. A gente entrou porque entendemos que ele é parte da identidade daquilo que está no coração do mineiro”. Segundo ele, manter a essência da instituição e os valores originais do mercado é justamente o que traz valor para a marca dentro deste contrato de patrocínio.
A KTO, de acordo com Miller, adota como estratégia de marketing se conectar com símbolos locais. “Você pode ver que a KTO tem muito pouca propaganda na TV, não está na camiseta do time de futebol, não está na placa do campo como as outras bets, porque a nossa forma de se conectar com o mercado é através dessas atuações ultra locais”, explica.
Miller ainda lembra que, além desta “homenagem”, haverá injeção de capital na instituição, favorecendo a preservação do espaço. Entre as primeiras entregas após o patrocínio, estão a revitalização das sinalizações internas e um mezanino com cadeiras para descanso, jogos, como fliperama, e pontos de carregadores de celular.
O gerente também destacou que a parceria não é passageira, onde a marca explora o nome do mercado por seis meses e se despede. “A gente está aqui para continuar colocando recursos na manutenção do Mercado Central”, defende.
Com Shirley Pacelli.