Mineirão é palco de casamento LGBT; três casais formalizaram união com direito a festança

O Mineirão escreveu, na quinta-feira (28), mais um capítulo de sua história com a realização de primeira cerimônia de casamento LGBT. As bandeiras dos times deram lugar às bandeiras da causa que traz as cores do arco-íris, além de portal, flores e tapetes no gramado para a passagem do noivos.

Se uniram formalmente, dois casais homoafetivos (um formado por dois homens e outro por duas mulheres) e um transafetivo, todos apaixonados por futebol. Depois, Kleber e Vagner, Karine e Pamela e André e Renata foram presenteados ainda com uma grande festa na zona mista do estádio, onde puderam celebrar o momento com seus convidados.

Tudo isso, no entanto, foi viável graças a doações de empresas e instituições que ajudaram na formalização da união, da cerimônia e da festa, que foi em grande estilo.

“A diversidade está em todos os lugares e estamos felizes em poder dizer que está também nos estádios de futebol. O Mineirão celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBT fazendo história, com uma ação pioneira, que marca mais uma conquista de todos”, declara Ludmila Ximenes, gerente de Relações Institucionais do Mineirão.

Para o coordenador Especial de Políticas de Diversidade Sexual da Sedpac, Douglas Miranda, este foi um momento histórico. “A data é de uma grande luta, principalmente do movimento de lésbicas e gays nos Estados Unidos, em 1969. É um momento de resistência, ainda mais dentro do Mineirão onde observamos que a lgbtfobia ainda é muito presente no futebol, como também é o racismo e o machismo. Então a escolha do gigante da Pampulha foi pra colocar a importância de que este Estádio e o público que o frequenta também tem que trazer o respeito e a luta por uma sociedade mais igualitária e mais justa”.

Douglas afirma ainda que a escolha da data (28 de junho), do Mineirão e a clareza na seleção dos casais de forma que fossem dois gays, duas lésbicas, um homem trans e uma mulher cis foi no intuito de trazer diferentes identidades de gênero e orientações sexuais.

“Muita emoção, muita alegria e muito orgulho de ser LGBT. Nos conhecemos em uma clínica e acabamos ficando amigos. A amizade virou relacionamento e após cinco anos, estamos oficializando nossa união. Esperamos muitas alegrias e respeito daqui em diante. Que todo o povo brasileiro possa se conscientizar que todos somos iguais perante a lei e aos sentimentos. Que as pessoas que tenham vontade de fazer o que estamos fazendo façam sem medo e vivam de forma tranquila e melhor. Nós temos que ser felizes e quem ama de verdade aceita”, afirma André.

“Estamos muito emocionadas, felizes ter casado aqui no estádio, coisa que nunca esperávamos. Agradecemos a todos os organizadores e ao Mineirão pelo dia”, reforça Karine.

“Já estamos há sete anos juntos e poder participar dessa cerimônia foi mágico, surpreendente e emocionante. Não esperávamos um evento de tamanha grandeza em um estádio. É muito difícil falar, ainda estamos processando”, conclui Vagner.

Mineirão

Inaugurado em 5 de setembro de 1965, o Mineirão é um dos maiores estádios de futebol do país. Palco de importantes eventos e de célebres conquistas esportivas, estádio possui capacidade para 62 mil pessoas e é administrado pela Minas Arena, uma sociedade de propósito específico criada por meio de uma parceria público-privada (PPP) com o Governo de Minas, para executar as obras de modernização e gestão, por 25 anos, do Estádio Governador Magalhães Pinto – Mineirão.

Com 53 anos de história, o Gigante da Pampulha é o primeiro estádio no País e segundo no mundo a possuir o Selo Platinum, certificação máxima do U. S. Green Building Council (USGBC), órgão responsável pela certificação que é utilizada em 143 países para incentivar a transformação dos projetos. Em 2016, o Mineirão tornou-se o primeiro estádio brasileiro e o segundo do mundo a ser signatário do Pacto Global.

com Agência Minas

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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