O Ministério dos Transportes publicou, nesta quarta-feira (8), o edital para a duplicação, restauração e melhorias na BR-381 entre Belo Horizonte e Caeté. O lançamento, que seria feito em abril, foi adiado.
O edital visa a contratação de empresa para a elaboração dos projetos básico e executivo de engenharia e execução das obras. A entrega das propostas começou hoje e a abertura acontece em 2 de agosto de 2024, às 15h.
O trecho que sai da capital mineira e percorre por cerca de 18 km até chegar na cidade vizinha é considerada de alta complexidade.
A avaliação do governo é de que isso teria sido o principal motivo pela falta de interesse da iniciativa privada para assumir a gestão. Além disso, é necessário que se faça a duplicação total da rodovia entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
Em novembro do ano passado, o projeto de leilão da BR-381 em Minas Gerais não recebeu nenhuma proposta.
‘Obra mais complexa do Brasil’
Em 2020, o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que a duplicação da BR-381 é a “obra mais complexa que nós temos no Brasil”. A declaração foi feita durante apresentação do balanço anual da pasta.
“É uma rodovia difícil de trabalho, extremamente movimentada, que tem muita interferência, muita desapropriação a ser feita. É a obra mais complexa que nós temos no Brasil, seguramente. Por isso, no modelo de obra pública, as empresas não acudiram”, afirmou. O ministro acredita que o modelo em parceria com a iniciativa privada, é a melhor forma de efetivar as obras.
Apesar da obra de duplicação ser prevista para evitar acidentes, além de aumentar a capacidade da rodovia e aliviar o trânsito, o engenheiro civil especialista em transporte e trânsito Márcio Aguiar explicou ao BHAZ que ela não deve ser a única medida tomada pelas autoridades para diminuir as ocorrências de trânsito na BR-381.
“Quando a capacidade da rodovia aumenta, os motoristas também acabam acelerando mais, podendo perder o controle da velocidade. Nos trechos não duplicados, o grande problema é que é a BR-381 é uma rodovia sinuosa, fica em uma área com a topografia acidentada, e acontecem problemas na ultrapassagem. Quando o trecho é duplicado, o conforto do motorista é maior e ele pode exagerar na velocidade”, explicou o especialista, em entrevista concedida em setembro de 2020.
Para o engenheiro, a chave da prevenção contra os acidentes na BR-381, e em qualquer outra rodovia, é a fiscalização. “Não é porque o trecho está mais livre que o motorista deve se distrair do controle da velocidade. A fiscalização precisa ser mais intensa, porque não é só a duplicação que vai resolver o problema”, defendeu.