Ministério Público pede paralisação de obras de ciclovia na Afonso Pena em BH

Órgão aponta que as obras para implementação da ciclovia estão sendo realizadas sem licenciamento urbanístico prévio (Amanda Dias/BHAZ)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu à Justiça a paralisação imediata das obras de implantação de uma ciclovia na avenida Afonso Pena, na região Central de Belo Horizonte. O órgão ajuizou Ação Civil Pública (ACP) contra o Município.

Segundo a ação, as obras para implementação da ciclovia estão sendo realizadas sem licenciamento urbanístico prévio e a observância de técnicas que preservem a segurança no trânsito. Além disso, não há demonstração de que as intervenções trarão, de fato, benefícios ambientais e viários compatíveis com os impactos gerados.

Para o MPMG, a implantação da ciclovia é incompatível com a avenida Afonso Pena. Conforme apurado, a Prefeitura de BH prevê a implantação de ciclovia nos dois sentidos da via, com o estreitamento das faixas de tráfego, espaço delimitado por onde o veículo possa de trafegar com segurança.

Na ação, além da paralisação das obras, o órgão pede que o Município de BH e a Sudecap sejam proibidos de cortar árvores na Avenida Afonso Pena para os fins de implantação da ciclovia até que seja realizado o necessário licenciamento urbanístico, sob pena de multa.  

O MPMG pede ainda que, ao final do julgamento da ACP, o município apresente em 180 dias estudos relacionados à providências para a implantação de sistema de transporte coletivo de pessoas sustentável.

Além disso, deverá apresentar, no prazo de 270 dias, estudos orçamentários e cronograma de etapas para a implantação do transporte metroviário.  

O BHAZ entrou em contato com a Prefeitura de BH e aguarda retorno.

Custos e benefícios

O Ministério Público entende que os impactos negativos da obra devem ser previamente identificados e solucionados para que a ciclovia traga mais benefícios do que prejuízos à população.

“Embora a implantação de ciclovias seja estratégia socioambientalmente adequada para estimular a utilização de meios de transporte não motorizados, é indispensável considerar a mobilidade urbana e a sustentabilidade ambiental, de modo que seja possível avaliar se a medida é conveniente e se atende ao interesse público”, diz o MPMG em comunicado.

“De fato, a forma adotada para a construção de ciclovia em áreas com tráfego intenso, com trechos em declividade acentuada, como ocorre com a Avenida Afonso Pena, pode comprometer sua utilização pela maior parte dos cidadãos, além de aumentar significativamente o risco de acidentes entre ciclistas e veículos motorizados”, diz trecho da ação.

Outro ponto é que a estreita faixa de rolamento remanescente para veículos motorizados, após a instalação da ciclovia, também poderia comprometer a segurança viária, aumentando o risco de colisões entre veículos. 

Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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